ALGARVE, TERRA QUE
SE VAI …
10/10/17
Estivemos
mais uma vez no Algarve, sem que ainda tivéssemos que solicitar (e pagar)
passaporte, quiçá visto…
Constatámos,
mais uma vez, o óbvio, que se agrava vai para uns 30 anos.
Em
súmula:
Na
cidade onde nos aboletámos, existiam (e já não estávamos em época alta), grosso
modo, cerca de quatro turistas estrangeiros para cada nacional (turista ou
não…). Em muitos restaurantes, cafés, etc., apesar dos números mitigados do
desemprego, muitos dos que serviam à mesa eram estrangeiros, ou seja
imigrantes, que apenas arranhavam a língua portuguesa e tinham do ofício de
servir à mesa apenas umas ideias rústicas.
Ora
tal facto traz problemas vários que todos conhecemos, que vão da densidade imprópria
para consumo (mesmo de baixa qualidade), à inflação dos preços, especulação
imobiliária e locatária, pressões ecológicas, para já não falar nos desacatos
causados por gente de mau porte, de que Albufeira costuma ser a campeã e que
deviam ser sanados rapidamente com uma surra valente da polícia e o transporte
célere para a fronteira.
Porém
o perigo maior vem dos que chegam para residir. Nestes há que dividi-los
naqueles que estão de passagem (migrantes), nos que procuram trabalho
(imigrantes) e aqueles que vêm para residir permanentemente, porventura até
acabarem os seus dias.
Existem
ainda outros que vão e vêm e se dedicam a vários tipos de criminalidade.
Ora
aqueles que vêm para ficar – e agora há muitos pois estão a fugir do
terrorismo, do excesso de migrantes no seu país, inseguranças várias, fuga aos
impostos, etc. – vêm para cá, compram casas, terras, montam pequenas empresas
ou negócios, ou simplesmente para gozar o sol, a comida, a hospitalidade, etc.-
nós não sabemos a sorte que temos em estar aqui neste cantinho – vão, a pouco e
pouco, comprando todo o território, contaminando a matriz cultural portuguesa e
substituindo-nos demograficamente até porque os ex - lusitanos deixaram de
querer procriar e continuam a emigrar em larga escala.
Tudo
isto é agravado pelas nacionalizações à pressa e sem qualquer critério de
dezenas de milhares de imigrantes e de dar a nacionalidade portuguesa e
"vistos gold" a troco de dinheiro – muito dele sujo – num processo
que deixa a figura do proxeneta a quilómetros de distância.
O
“processo algarvio” já vem pelo litoral alentejano acima e já tem crassa
expressão até Odemira; está a avançar pelo interior alentejano e em muitas
aldeias das Beiras.
Aliás
o fenómeno vê-se bem quando se anda pelo Algarve no Inverno, pelas pequenas
vilas e aldeias, pois é mais fácil de ver a quantidade de rostos que saem fora
da idiossincrasia portuguesa. E ainda não chegámos aos véus islâmicos…
Quando
esta população atingir uma percentagem elevada (que já é) e começar a criar
raízes vai querer influenciar e mandar em tudo o que se passa. É fatal como o
destino.
E
quanto à população residente (agora parece que vêm aí
franceses e classe média brasileira, em massa), a coisa só não é mais grave,
pois a maior parte já não está em idade de se reproduzir.
Se
acham que tudo o que estou a dizer não é grave e, ou, não tem importância, irão
constatar em pouco tempo que não vão sequer ter tempo para perceber que estão
enganados. E o dinheiro – o pessoal perde-se pelos cifrões – está longe de ser
tudo…
Escusam,
também, de pensarem em chamar-me nomes.
O
que defendi é apenas de elementar bom senso. A não ser claro, que não se
importem em deixar de ter país.
Mas
aí a discussão é outra.
João
José Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador
Faço a mesma avaliação da situação que está correctíssima, até porque conheço esses territórios por "dever de Ofício" desde há 36 anos e venho observando a sua transformação.
ResponderEliminarSr. Tenente Coronel Brandão Ferreira
ResponderEliminarÉ mesmo muito aflitiva esta situação que tão bem relata.
Eu estava para comentar nos seus dois anteriores excelentes textos mas depois de ler também este, decidi comentar aqui.
Que dizer, Sr. Tenente Coronel, da alteração recente da Lei que autoriza a admissão e estada em Portugal de imigrantes cadastrados e criminosos em geral, "por razões humanitárias", desde que cá tenham família ou promessa de emprego?
Que dizer do recente episódio passado junto à Estátua do Padre António Vieira no Largo da Misericórdia em Lisboa, tão bem comentada já por José Manuel Fernandes no Observador?
Que dizer do actual Largo de Martim Moniz ou do Largo de S. Domingos em Lisboa?
Tardará muito tempo para que Lisboa se transforme numa nova Marselha?
Os meus cumprimentos
Manuel A.
Até num pequeno lugar chamado Vilar de Atão (adivinhem onde é) onde há 6 quintas e 2 minusculas propriedades, uma quarta parte é pertença de estrangeiros (felizmente gente civilizada).
ResponderEliminarNa década de 60 do século passado, isolada, sem electricidade, servida por péssimos caminhos, os habitantes ultrapassavam em muito a meia centena; hoje as condições são melhores mas os habitantes poucos mais são que uma dezena (e um terço cansados).
Sou um algarvio alfacinha. Nascido e criado em Lisboa vim habitar para a terra dos meus pais quando atingi a maioridade.
ResponderEliminarDesde que me lembro, desde os anos 80 sempre houve turismo, mas não a indústria e a massificação de hoje. Vivo na zona de Lagoa, intensamente turística, mas ainda com muitos espaços verdes e alguma costa preservada (embora existam já no papel projectos megalómanos para todas essas áreas). O que sei é que quando vou à terras dos meus pais, que é a Praia do Carvoeiro custa-se a encontrar um português.
Para variar trabalho no turismo, lido com pessoas de muitas nacionalidades. Quem lida com pessoas lida com um pouco de tudo. Portugal nos últimos anos tem estado muito na moda e a imagem do nosso país tem vindo a alterar-se. O crescimento do turismo tem sido enorme nos últimos anos, as receitas têm crescido, as tabelas de preços e o trabalho também, só os ordenados e as condições de trabalho é que não. É para explorar enquanto der pois poderá não dar sempre.
Muitos turistas, que ainda não conhecem o nosso país chegam ressabiados e desconfiados, mas no dia da saída já estão domesticados e já não têm vontade de voltar. Assisto a isso quase todos os dias.
Oiço uma rádio local na Serra de Monchique, a única que passa 80% de música portuguesa, 20% de inglesa, espanhola e francesa (quase todas as outras rádios quase só passam inglesa e americana).
Nos últimos tempos a pressão turística tem-se tornado tão acentuada que até na Rádio Fóia, passam dois anúncios sui generis, paço a citar:
A) Um anúncio da gnr para as pessoas terem cuidado com estranhos, devido aos burlões e vigaristas que assolam a serra e as pessoas que vivem isoladamente. Até uma pessoa de bem fica com receio de não ser confundido com algum bandido. Felizmente ali ainda existe pureza... mas passemos ao ponto b...
B)Anúncio de imobiliária que procura mais de 150 imóveis por todo o Algarve para fazer face à crescente procura por compradores estrangeiros, nomeadamente ingleses e franceses. Ora aí está, até na pacata Vila de Monchique já existem várias imobiliárias, e muitos turistas, o que até é bom para a economia. O que acontece é que se estão a fixar em grande número. As casas dos portugueses são vendidas a preços mais ou menos acessíveis, mas as propriedades dos estrangeiros normalmente estão mais valorizadas e estão longe dos bolsos do português comum.
Sinceramente o maior problema até não serão os ingleses, franceses e alemães... quando os chineses começarem a comprar acabou-se.
O meu avô que esteve mobilizado para seguir para França na Primeira Guerra Mundial, que entretanto terminou, dizia este ditado: "Mal de nós quando os ingleses começarem a fazer ninho rés vés da costa, Portugal vai estar mesmo mal". Avô... espere só até começarem a vir os chineses... é só uma questão de tempo.
O socialismo democrático aqui nos trouxe.
Gostava também de referir mentalidades e atitudes anti portuguesas por parte de alguns jornais feitos por residentes estrangeiros para residentes estrangeiros.
ResponderEliminarMuitos residentes estrangeiros pensam que pelo simples facto de aqui residirem não têm de pagar impostos pois com o seu consumo já estão a ajudar a economia local e a criar postos de trabalho.
Isto implícito que é melhor ser residente estrangeiro do que cidadão nacional.
Só gostava de referir mais outra coisa... as obras que se fazem e as dívidas que as autarquias contraem por este Algarve é quase sempre para obras de fachada: embelezamentos, coisas idealizadas tendo em vista o turista em primeiro lugar; quase nunca como resposta ao uma reivindicação da população. Em tempo de vacas gordas no Algarve continua-se a criar dívida... ninguém pensa em saldar a que já existe.
Afinal ainda vou dar mais um bitaite: As câmaras do Algarve agora são quase todas PS... e estão concertados numa agenda de regionalização.
Até há alguns alarves que falam em independência do Algarve... nisso já os pescadores de Carvoeiro (que já não há) noutros tempos ironizavam, quando lhes falavam em independência: "A bandeira vai ser um figo, uma amêndoa e uma alfarroba"... só que pelo andar da coisa vai ser uma salchicha, um arroz chau-chau e uma baguete.
Bem haja! Entre mortos e feridos alguém há de escapar...
Gostava de referir que também há residentes estrangeiros pobres e muito explorados... muitos deles gostam da nossa cultura e misturam-se facilmente, tornando-se difícil reconhecê-los como estrangeiros e decerto vão dar bons portugueses. Eu não sabia que existia uma Aliança Latina, ao que parece os Romenos têm-na muito presente.
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