A
MENSAGEM DE ANO NOVO DO PR E A FLORESTA DE ENGANOS
10/1/2017
“O público, como todos os soberanos, como os
Reis, os povos e as mulheres,
não gosta que se
lhes diga a verdade”.
Alexandre Dumas
Não vamos falar do que o actual
Presidente da República disse na sua mensagem de Ano Novo.
Esta mensagem representa um
conjunto de vacuidades – “generalidades e culatras” como se diria na gíria
militar – com fundo agradável e esperançoso apenas com um alerta para a
economia (que tem as costas largas) e medianamente escrita, pois acreditamos
que a azáfama algo adolescente do actual inquilino do Palácio de Belém, não lhe
dá tempo para o esmeril literário.
Tal mensagem constituiria um
discurso apropriado para um país e uma sociedade que se aproximasse do conceito
de Paz, no dizer de Santo Agostinho: “a tranquilidade na ordem de todas as
coisas”…
Ora estamos a anos-luz de
atingir tal desiderato.
O que é importante realçar na
peça breve, com que nos desejou um bom ano, não foi o que disse, mas sim o que
omitiu.
Ora o Professor Marcelo Rebelo
de Sousa como primeiro responsável político da Nação tem, não só o direito, mas
sobretudo, tem o dever de informar, de alertar e de propor soluções, para a gravíssima
situação em que o país se encontra.
Responsabilidade que deve ser
partilhada pelo Governo e pelo Parlamento.
E não é com “afectos” que a
coisa se resolve, por isso a fórmula, o “povo gosta, o povo quer, o povo tem”,
pode parecer muito democrática, mas é apenas a antecâmara de um desastre
qualquer.
O Dumas, aliás, percebeu isso
muito bem.
Omitir elementos essenciais de
informação é, não só uma forma de faltar à verdade, como representa um meio
encapotado de mentir.
Mas é evidente para todos – e o
PR seguramente não o vai desmentir – que o comentador político Marcelo conhece
de cor e salteado, o “Príncipe” de Maquiavel, de trás para a frente…
E o que faltou dizer é que a
Nação Portuguesa enfrenta uma das piores crises da sua História e que pode
colocar um ponto final na sua existência.
Seria muito brutal?
Seria, mas vai ser a única forma
de acordar a maioria da população do país e as suas diferentes instituições
para a realidade, que tem que enfrentar (quer queira, quer não) em vez de
simplesmente empurrar a população jovem a emigrar, (e a tentar substitui-los
por migrantes que nada têm a ver connosco); correr com o que resta das
comunidades que vivem no interior do país, para o litoral (desertificado ¾
daquele); vender todo o património – incluindo o próprio solo - ao desbarato
(obviamente sem muitos se esquecerem de embolsar as respectivas comissões) e,
sobretudo a pedir dinheiro emprestado, prática em que a classe política
consegue bater qualquer profissional seja em que área for!
Actividade a que, num acto de
suicídio recorrente, os responsáveis políticos se têm entregado alegremente,
nas últimas quatro décadas.
O PR como Supremo Magistrado da
Nação tem o dever de saber, e sabe, que o país está prisioneiro de um problema
financeiro absolutamente catastrófico, baseado no estado não adjectivável em
que se deixou cair a banca e o mercado de acções; cativo do BCE e de um pequeno
estado dentro do estado, chamado Banco de Portugal; de uma descapitalização
quase geral das famílias e das empresas; de uma soma insondável de crédito mal
parado e de dinheiro colocado legal e ilegalmente em “offshores” (que todo o
mundo condena, mas sobre o qual ninguém mexe um dedo) e sobretudo de uma dívida
galopante que mesmo se fosse parada agora, seriam precisas 10 gerações de
portugueses a trabalhar no duro (e não a aumentar dias de férias, fazer pontes
e reduzir horas de trabalho) – as tais verdades que ninguém gosta de ouvir e
que também não são acompanhadas por nenhum exemplo.
Curiosamente um dos principais responsáveis
por toda esta débacle histórica foi agora a enterrar entre encómios, únicos
audíveis!
Destarte sem se sanear as
finanças e pô-las no bom caminho é impossível fazer reverter seja o que for,
nem sequer o Estado tem meios quer nacional, quer internacionalmente, de
exercer a sua autoridade. Não temos soberania, não contamos para nada, nem
ninguém nos respeita.
O Ronaldo vai fazendo a sua parte,
mas para os assuntos ora versados, pouco adianta…
Porém para sanear as finanças é
necessário dar conta das causas da sua desgraça e estas são basicamente duas:
um problema moral, cuja consequência para o que estamos a tratar, se chama
corrupção, e um problema político, que também deriva daquele mas que se encontra
plasmado em muitos erros do actual sistema político e sua estruturação, cuja
peça base é um livrinho vermelho que dá pelo nome de Constituição.
Escusado será dizer que se as
causas dos problemas, não forem atacadas, mas apenas os seus efeitos (às vezes
nem esses), jamais resolveremos os problemas.
E o actual PR, que anda nisto há
muito tempo e é até, um dos obreiros do tal livrinho, sabe tudo isto muito bem.
O PR sabe também, e como
católico assumido, deve senti-lo ainda mais, que a sociedade portuguesa está
contaminada e em grande parte subvertida, pelo cancro do “Relativismo Moral”,
por ideologias subversivas oriundas de centros difusores da revolução
permanente (por exemplo a Escola de Frankfurt) e pela influência de
organizações de carácter “secreto” com antenas “discretas”, que tentam
influenciar as alavancas do Poder e o comportamento social – isto para além de
se construírem mancomunagens “fraternais” com sistemas de proteção e lealdades
próprias.
Ora tudo isto representa ameaças
permanentes à nação dos portugueses, a juntar a iberismos e federalismos
serôdios.
O PR, como “Comandante-em-Chefe”
das Forças Armadas, tem que andar atento às ameaças e deve colocar a Nação em
guarda contra as mesmas.
E já deve ter adquirido a noção
– e se não a tem é porque os chefes militares não estão a cumprir com o seu
dever – de que o país está sem defesa pois não tem a menor possibilidade de
sustentar qualquer tipo de conflito ou crise, sequer de baixa intensidade, por
mais de duas ou três semanas.
E também como sabe, passando-se
as coisas como as descrevo - e desafio seja quem for a desmentir-me – a opinião
pública e publicada não as reflete entrando, porém, em quase histeria quando
existe uma enchente de doentes nas urgências dos hospitais por causa de um pico
de gripe; um craque do futebol chama nomes aos árbitros, um cantor rock morre
de “overdose” ou um pederasta qualquer, é morto pelo “companheiro”!
Por isso, senhor Presidente, ao
fazer o discurso que fez, apenas tentou iludir o amargo de boca permanente com
um rebuçado momentâneo.
Não prestou um bom serviço ao
país, mesmo que à esmagadora maioria da população possa ter agradado o gesto.
Limitou-se a repetir a velha
história do rei que ia nú e a confundir ainda mais a generalidade dos
portugueses (de quem se diz sentir tão próximo) com uma tão vasta floresta de
enganos.
João José Brandão
Ferreira
Oficial Piloto Aviador
Lido hoje no Observador:
ResponderEliminarO comandante das Forças Terrestres garantiu ao Ministério Público que ordenou o fim da Prova Zero, após a morte de Hugo Abreu. Instrutores podem incorrer no crime de insubordinação por desobediência.
Sr. Tenente Coronel Brandão Ferreira,
A ser verdade o que fica dito, triste imagem que as Forças Armadas dão de si.
Entretanto, pela quinta vez em pouco tempo (segundo o noticiário televisivo)fogem do Aeroporto de Lisboa, indivíduos não autorizados a entrar em Portugal.
Também foi dito que, no último episódio, quatro guardas que escoltavam os cinco indivíduos deixaram fugir dois!
Onde estamos nós?
Os meus cumprimentos
Manuel A.
O diagnóstico correcto(além de outros vários)está feito há muito tempo,só falta alguém capaz que pegue nele a sério.http://portugalnonevoeiro.blogspot.pt/2017/01/a-factura-da-liberdade.html
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