VISITA A
BRUXELAS: IMPRESSÕES DE VIAGEM (E NÃO SÓ)
30/5/2016
“Nenhum
vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.”
Séneca
Lembram-se do
conceito do “ugly american”, que correu por aí há uns 20/30 anos? Pois parece
que se importou tal manifestação de costumes e comportamento para a Europa.
Tinha a ver com o
(mau) aspecto da generalidade das pessoas – não aquele derivado das
necessidades materiais, note-se – mas com o desleixo, a falta de higiene, a
obesidade, a falta de educação, o não saber alimentar-se, vestir-se, saber
estar em função das circunstâncias.
Daqui passou-se
para as artes e para a comunicação social (ou terá sido ao contrário?) e acabou
no relativismo moral.
É o que dá quando
deixamos que uma sociedade se torne “gorda” de corpo e de espírito…
Pôs tudo em causa –
incluindo a sua própria existência natural – quando não enveredou pelo maligno;
não acredita em nada (a não ser, parece, no dinheiro); não tem norte e, por
isso, corre atrás de quimeras.
Ao menos, às
baratas, mesmo tontas, resta-lhes o instinto…
Felizmente
convidaram-me para palestrar numa organização que não só sai fora destes
“cânones” como luta activamente para a preservação do sentido espiritual da
vida e da consciência cívica e patriótica da sociedade e da matriz cultural e ética
do “velho continente”.
E que se dedica,
especialmente em Bruxelas, a lutar para a preservação dos valores cristãos na
União Europeia.
Chama-se “Federation
Pro-Europa Christiana”.
E convidaram-me
para lá ir falar de um dos vários assuntos tabu, na Europa, neste caso as
descolonizações europeias, o que fiz centrado naturalmente, no (mau) exemplo
português.
O que impressiona
em Bruxelas não é a presença de soldados nas ruas, aeroporto e num ou noutro
local – o que é compreensível face aos recentes atentados – mas a descaracterização
da cidade e das gentes.[1]
Está
irreconhecível!
No centro da cidade
– e pelo que tenho visto e sido informado é o que se passa na maioria das
grandes cidades europeias ocidentais, não sendo por acaso que o actual “mayor”
de londres é muçulmano de origem hindustânica – dizia, tirando os turistas,
vêm-se pouquíssimos belgas (enfim, daqueles que nós conhecemos como tal).
Existe ainda uma presença
significativa de humanos identificados pelas “cores do arco-íris”, a quem a
existência de leis de delito de opinião, a quem os critique, deram uma força desproporcionada
(sim há leis de delito de opinião, na Bélgica…).
Não deve tardar que
o Parlamento Português intente enveredar pela mesma senda…
O centro também só se conserva minimamente limpo
porque existem equipas de limpeza a actuar quase permanentemente sendo o número
de pedintes, bêbados e drogados, elevado.
A calma mantém-se
aparente entrecortada por uma manifestação qualquer. Os europeus habituaram-se
a viver em manifestação permanente…
Mas o problema
maior é que existe bairros inteiros em Bruxelas (andei muitas horas a pé) em
que somos transportados directamente para o norte de África, Médio Oriente (só
as palmeiras, a areia e os palácios dos emires, estão ausentes) ou para um bairro
africano a sul do Sahara (não lhe chamo sanzala, pois o colmo e o barro foi
substituído por cimento e tijolo e não há embondeiros).
Estes bairros só
aparentemente não têm fronteira.
Ora isto não tem
nada a ver com integração, leis de emigração e nacionalização adequadas, sequer
bom senso.
Isto representa,
uma substituição da matriz cultural, um genocídio de individualidade e uma
multitude de desgraças sociais e guerras civis potenciais (a haver), que o estúpido
do politicamente correcto e os multiculturalistas se empenham em não querer
admitir, forçando constantemente a fuga para a frente (abismo).
Para um país como a
Bélgica que foi formado algo artificialmente, fruto de equilíbrios geopolíticos
da época (1830) e que está profundamente dividido entre as comunidades
flamenga, valão e alemã, com uma ilha chamada Bruxelas no meio, e que só se
aguenta por terem no seu território as mais importantes instâncias da NATO e da
UE, ver-se confrontada com um problema destes, arrisca-se a deixar de ser um
país para ser apenas um barril de pólvora!
E o Primeiro-Ministro
desta esfacelada terra, o senhor Charles Michel a única coisa que se lembrou de
dizer num discurso recente foi “a de que está muito empenhado em encontrar “um
plano contra a radicalização e que para isso a lei dos homens deve sempre
prevalecer sobre a lei de Deus”; “a lei de Deus deve ser contextualizada. Temos
de trabalhar com a comunidade islâmica a fim de construirmos um Islão para a
Europa e a Bélgica”.
Gostaram desta
pérola?
Por outras palavras
a este novo “profeta” repugna-lhe que a lei de Deus interfira com a lei dos
homens (como se isso fosse possível) mas quer que a lei dos homens modifique a
religião (neste caso a islâmica) de modo a que se crie uma nova, que seja adaptável
à Bélgica (leia-se Europa)!
Mas, pelos vistos,
não está nada interessado em impedir que as comunidades alienígenas sejam
islamizadas, ou outras, interfiram agressivamente na sociedade do seu país,
desfigurando-o, subvertendo-o e destruindo-o.
Aliás, para sermos
justos, a principal responsabilidade de toda esta catástrofe civilizacional que
se abate sobre o Continente, cabe aos dirigentes políticos do mesmo. E aos
difusores do lixo ideológico e às doutrinas mais disparatadas que sob a capa da
“Liberdade”, da “Igualdade”, da “Fraternidade” e de marxismos encapotados ou
libertários, que só encontram contraponto (ou complementaridade?) nos liberalíssimos
desregramentos do Capitalismo.
Ora tudo isto tem
desfeito os equilíbrios geopolíticos e da cosmovisão do mundo.
Acontece que o equilíbrio
do cosmos não será, seguramente, alterado por isto e a natureza há - de
procurar, ela própria, os seus equilíbrios. Quem for apanhado nos “entrechoques”
é que irá passar as passas do Algarve (não de Bruxelas).
Aliás a única coisa
que em Bruxelas não parece mudar é o clima que nos impõe o tal “capacete
cinzento” e as flores. Há flores por todo o lado, salve-se isso.
Agora observem como
tudo está virado do avesso: o episcopado belga tem as igrejas vazias e anda
perdido no meio disto tudo. Vende, até, igrejas para servirem de hotéis e
discotecas.
A maior comunidade cristã
de Bruxelas, que tive ocasião de visitar, tem por base a Igreja “Mar Addai et
Mar Mari” do rito oriental caldeu. A igreja estava cheia (mais de 400 pessoas)
e disseram-me que estava sempre assim.
A missa tem um
ritual cristão primitivo oriental, mais demorado e completo. É rezada por um
padre iraquiano, em aramaico (a língua de Cristo), entremeado a francês. 95% da
assistência era constituída por cidadãos oriundos do Médio Oriente, das igrejas
perseguidas do Médio Oriente. As suas faces não desmentem.
Tudo na melhor
ordem.
São estes os mais
fervorosos cristãos das diferentes paróquias de Bruxelas (da Bélgica?), apesar
de serem os perseguidos; do bispo de Bruxelas não lhes dar grande apoio e da
sua igreja ser hoje em dia, um alvo principal para atentados (digo eu).
Há ilhas de
esperança, mas são poucas. A continuarmos nesta senda a civilização europeia
está condenada, pelas razões semelhantes às que levaram à queda do império
romano, primeiro no ocidente e depois no oriente.
Os quatro
cavaleiros do Apocalipse (a fome, a guerra, a peste e a morte), apenas aguardam
pacientemente.
João
José Brandão Ferreira
[1] Em Portugal ter soldados em missões de segurança interna é proibido
pela Constituição, a não ser em caso de Estado de Emergência ou de Sitio,
declarado pela AR. E, um dia que tal decidam, nada se poderá fazer pela simples
razão de que não há … soldados.
Bem haja Exmo. João José Brandão Ferreira
ResponderEliminarA verdade está aí. Os cristãos do Oriente bem avisam o Ocidente que não sabem com o que estão a lidar e que têm muito que sofrer.
Tenho um colega de trabalho belga, que acha a sua vila natal irreconhecível, as tradicionais lojas de doces deram lugar a uma infinidade de kebabs.
Estou convencido que tudo isto faz parte de um plano.
Nesse plano devem estar previstas reacções nacionalistas. Até os socialistas já o previam após o 25A. Têm feito de tudo para inebriar a sociedade na "libertinagem" como pináculo da liberdade, mas haverá sempre um núcleo duro, que não se renderá e reagirá... o que irá despoletar tudo o resto.
"Falhar a preparação é preparar falhar" Benjamin Franklin (bem dito, mas já há muito tempo que estes maçons andam a engendrar tudo isto, por isso o melhor é não publicar este comentário)
Sinceramente gostava de saber o que posso fazer para não ficar de braços cruzados. De dia para dia eles vão chegando e os nossos partindo (emigrando ou partindo para o outro mundo de velhice).
Vamos unir-nos em desespero de causa ou em desespero de causa já nos encontramos nós? O que custa é que tantos séculos de sacrifícios dos nossos antepassados não têm qualquer valor para os traidores da Pátria, que ainda por cima, por ironia, controlam e vivem à custa Desta.
É tão mais confortável enfiar a cabeça na areia. Mas o barco vai chegar mais tarde ou mais cedo.
Bem haja!
Por incrível que pareça essa é a realidade,e já há 10 anos atrás era muito assim(também tive ocasião de percorrer Bruxelas numa estadia de 3 dias).------------------------------------Afonso Manuel
ResponderEliminarSe o sr Alvares colocar esse texto(por exemplo,já que falamos de vendidos e de vendedores da Pátria)na Aofa no facebook poderá receber uma resposta "diplomática"(tipo os sr exagera e o que interessa é CRP "socialista" ser cumprida)ou então na pior previsão ser apelidado de "fassista" pelos vários seguidores dos "vendilhões da nação".--------------------Afonso Manuel
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