No dia 17 de Maio fui surpreendido pela
notícia de um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, com a data de 12 do
mesmo mês, em que me condena a pagar uma multa de 1.800 euros ao Estado, e 25.000
euros de indeminização ao cidadão Manuel Alegre (assistente no processo crime
contra a minha pessoa) por, na versão dos venerandos juízes Antero Luís e João
Abrunhosa de Carvalho, o ter difamado.
A origem da queixa de difamação recorda-se,
baseia-se na imputação de que no artigo intitulado ”Manuel Alegre, combatente
por quem?”, publicado no Jornal “O Diabo”, em 3/5/2010, o ter apelidado de
traidor à Pátria.
Nesse mesmo dia (17/5),saiu um artigo no
jornal “O Público”, eivado de alguns erros e incorrecções, que dava conta do
sucedido ao mesmo tempo que entrevistava o aparente ganhador da causa.
Acontece, porém, que este não foi o 1º acórdão
do mesmo Tribunal da Relação, sobre o mesmo caso, e sem que qualquer alteração
tenha ocorrido relativamente ao processo já apreciado.
A coisa conta-se em poucas palavras e
compreenderão que haja “pormenores” que ainda não devam ser revelados.
Por douta sentença do Tribunal de 1ª
instância, datada de 12 de Setembro de 2014, a Meritíssima Juíza Ana Paula Figueiredo,
absolveu-me do crime de difamação e do pagamento de qualquer indeminização
cível (por improcedente), em processo instaurado pelo supracitado vate e
acompanhado pelo Ministério Público.
Não conformado com tal decisão o queixoso,
naturalmente, recorreu.
O processo subiu ao Tribunal da Relação de
Lisboa (15/12/2014), tendo calhado por sorteio, aos Juízes Desembargadores Carlos
Benido (relator) e Francisco Caramelo (adjunto), da 9ª secção, cujo chefe é o
Venerando Juiz Trigo Mesquita.
O processo seguiu os seus trâmites e, em pouco
tempo, conheceu decisão. Deste modo a 26/02/2015, os venerandos acima referidos,
confirmavam o acerto da sentença da 1ª instância e negaram o provimento dos
recursos interpostos pelo assistente e Ministério Público.
Desta decisão foi dado conhecimento ao
arguido.
A questão estaria definitivamente encerrada,
dado a moldura penal do eventual crime em questão não permitir recurso para
instância superior, restando apenas levar o caso, eventualmente, ao Tribunal
dos Direitos do Homem, em Bruxelas.
No entretanto, porém, o assistente mudou de
advogado e para o lugar do Dr. Nuno Godinho de Matos foi o Dr. Afonso Duarte,
por acaso filho do assistente, que já tinha patrocinado o pai antes do processo
ter chegado à fase de julgamento.
Ora, por aparente erro burocrático (a que,
juro, sou alheio) um parecer do Procurador-Geral da República, junto ao
Tribunal da Relação de Lisboa, em vez de ir parar ao novel advogado, foi parar
ao anterior, o que deu origem a que aquele reclamasse do facto.
Havendo esta “irregularidade” (que não
nulidade), o processo não transitou em julgado tendo voltado às mãos do
Desembargador Benido, o qual por alturas de Maio/Junho, revogou o seu despacho;
sendo que o normal nestas circunstâncias é corrigir-se a irregularidade e
prosseguir-se com as formalidades.
Acontece que, entretanto, o Juiz C. Benido
entrou de férias e quando regressou em Setembro, jubilou-se.
Em data não apurada o processo foi
redistribuído (não por sorteio) a dois novos Desembargadores, os já referidos,
venerandos Antero Luís e João Abrunhosa de Carvalho, tendo sido afastado do
processo o Desembargador Francisco Caramelo, que era o juiz natural do
processo e mais antigo do que os escolhidos!
Destas substituições não foi o arguido (eu)
informado.
Mesmo assim – dizem-me profissionais do mesmo
ofício – o habitual é a nova equipa confirmar tudo o que vem do anterior, não
só por razões do foro deontológico, mas sobretudo por se tratar de juízes da
mesma secção e não ter havido nada que pudesse ter carreado algo de novo para o
processo, além do que já foi apontado atrás.
Ora não foi nada disto o que o novel
Desembargador Dr. Antero Luís fez. O que fez foi, numa espécie de passe de
mágica virar, 16 meses depois, o primitivo acórdão do avesso.
Com a curiosidade acrescida do advogado do
assistente Manuel Alegre continuar a não ter sido informado do tal parecer do
Procurador, que deu origem a esta “trapalhada” toda…
(E eu juro, que não tenho culpa nenhuma
nisso!).
Face a
este, algo “kafkiano” acontecimento, o Dr. Alexandre Lafayette - que como
militar honrou os seus deveres para com a Pátria, e estando na reserva
territorial há muitos anos, nunca deixou de combater o bom combate - interpôs
tempestivamente (apesar de ter um prazo de apenas três dias para o fazer…) um “requerimento
de nulidade” para o Tribunal da Relação de Lisboa, representando-me.
Este requerimento tem efeitos suspensivos da
pena.
E, como dizem os espanhóis, “assy estamos”.[1]
[1] Para quem quiser perceber porque é que as coisas se passaram da
maneira como se passaram, aconselho a pesquisa nos “curriculum vitae” de alguns
dos intervenientes no processo.
Reforço que lhe enviei há poucos dias uma nota de parabéns — para brandaof@sapo.pt.
ResponderEliminarQuem é filho de boa gente, sente-se. E ou sinto-me, por si e por mim.
Quem é pulha, quem mente, é apanhado mais depressa que um coxo.
Viva a nossa Pátria!
Abraço do EO
Caro Brandão Ferreira,
ResponderEliminarVenho mais uma vez por esta via demonstrar a minha solidariedade, como homem e como leitor assíduo do seu excelente blog, quero assim expressar a minha repulsa em relação ao estado miserável e corruptível a que a nossa justiça chegou, quero com isto dizer sou perfeitamente solidário com a sua causa, pois apenas chamou os bois pelos nomes em defesa dos seus valores morais e apelando à verdade histórica, pois um traidor será sempre um traidor seja qual for o ângulo de leitura.
Sendo assim desejo que toda esta trapalhada, sim trapalhada da jurisprudência
com contornos tudo menos que claros, seja de uma vez debelada e seja dessa forma reposta a verdade, de acordo com todas as regras de uma sociedade funcional.
Por portugal,
Que a voz nunca lhe doa.
Grande abraço
Alexandre Ferreira dos Santos
Quero apenas expressar a minha solidariedade para consigo. O certo continuará sempre a sê-lo, mesmo que a maioria diga que é errado.
ResponderEliminarQuem perde dinheiro,perde pouco;Quem perde a honra, perde muito; Quem perde a coragem, perde tudo; Quem deixa de lutar, já está morto.A sua luta é justa, meu Tenente Coronel. Que nunca por vencido se conheça.
ResponderEliminarD.Pinto
Que nunca a voz lhe doa, camarada!
ResponderEliminarJV
TCor
Prontifico-me desde já a contribuir quanto possa para essa "indemnização" no caso de ser preciso; também eu apelido o vate de traidor da Pátria portanto não é senão justo.
ResponderEliminarFaça saber quando e como.
manuel alegre NÃO ganhará, estaremos atentos e solidários. Se falou em nome de todos nós, devemos estar prontos a dividir a pena.
ResponderEliminarPRESENTE!
Helena Barão da Cunha
Ninguém deve ser punido por dizer a verdade!
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