Do abaixo-assinado
Ninguém assume que Portugal não
está em condições de pagar a dívida, muito menos os juros da mesma.
Depois de a “Troika” ter fingido
que se foi embora, a dívida do nosso País, aumentou.
Como, aliás, era expectável pois
apenas se empurrou com a barriga para a frente. Por outro lado, nunca deixámos
de pedir dinheiro emprestado.
É certo que a juros mais baixos,
mas isso não evita o aumento da dívida, apenas a torna menos elevada.
Ninguém sabe exactamente os
números e também ninguém sabe em quem acreditar.
A confiança esvaiu-se…
É uma tristeza, mas é uma
realidade.
Como não se consegue encontrar um
político que fale verdade ou seja coerente hoje, com o que diz amanhã; nem tão
pouco há autoridade para impor uma estratégia – que teria que ser sempre muito
dura e isenta – não iremos sair da situação em que estamos, antes iremos
apodrecer com ela.
Com o problema da tesouraria
sempre premente os sucessivos governos, fracos e pusilânimes, vão vendendo o
país a patacos, até ficarmos sem nada e passarmos à condição de escravos ou
mendigos permanentes, de uma qualquer “entidade”.
O que alguns espertinhos optam por apelidar de
“cidadãos do mundo”…
*****
O atrás apontado nota-se em tudo
e no desnorte de tudo.
Ao cruzar parte do Algarve,
recentemente, em época baixa para o turismo, pude verificar como a região está
a ser submersa por emigrantes residentes. Não estou sequer a referir-me aos
emigrantes que vêm para cá trabalhar e, mais tarde, optam por ficar ou por
regressar ao país de origem; estou-me a referir a uma soma alargadíssima de
pessoas, normalmente oriundas do centro e norte da Europa, que se fixaram em
permanência na parte mais ocidental do antigo “Al Andaluz”.
Toda a região está a ficar
descaracterizada e, a pouco e pouco, os portugueses vão ficar em minoria e
estranhos na sua própria terra. Tal já se nota, sobretudo nas terras pequenas!
Um dia destes nem um metro
quadrado de terra estará em mãos nacionais…
Nada do que digo tem a ver com
racismo, xenofobia ou qualquer sentimento menos cristão. Trata-se, tão -
somente, de aquilatar se alguém já pensou nas consequências futuras desta
“anarquia sociológica” e se é esta a realidade que queremos para o que nos
resta de Nação.
*****
A passada questão leva-nos a uma
outra que é a da destruição da família tradicional e da quebra da demografia,
sobretudo nos países ditos ocidentais. Uma coisa está, aliás, ligada à outra.
A destruição da família começou a
ser desenhada a seguir à Revolução Francesa. Está inscrita na “guerra” para a
aniquilação da religião cristã, nomeadamente a católica; entroncou depois no
“Positivismo”; mais tarde no ataque às Nações (uma nação não deixa de ser um
conjunto alargado de famílias), teve um momento alto nos disparates do Maio de
68, em França e seus derivados e tem o seu clímax no individualismo e
relativismo moral mais exacerbado.
Para atacar a família usaram-se
todos os meios: a interferência estatal; a destruição da autoridade parental; o
negócio das drogas; a legalização e, ou tolerância, de todas as taras; a defesa
da homossexualidade (e o que mais adiante se verá); a desresponsabilização
militante; a desvalorização da Honra e da palavra; a banalização dos
sentimentos; o culto do hedonismo e, sobretudo, a chamada “libertação da
mulher”, onde o fenómeno do feminismo representa o expoente mais agudo.
Ora tudo isto passou a ser
politicamente correcto e aceite algo acefalamente, pelo vulgo.
A questão da demografia - que é
um fenómeno complexo – tem a ver, salvo melhor opinião, sobretudo com a
“emancipação da mulher” e o aparecimento da pílula, que banalizou e
desresponsabilizou as relações sexuais (apesar da praga da Sida – há sempre um
praga qualquer, que aparece…).
Ora a maioria das pessoas foge a
discutir estas coisas, optando-se pela fuga para a frente, e os poucos que
começam a preocupar-se com a falta de crianças, aponta apenas as batarias para
a crise económica que coíbe os casais de terem filhos – se isto fosse assim
quase ninguém tinha tido filhos desde o princípio da Humanidade…
Não direi que nas últimas décadas
– o fenómeno começou a ocorrer após a II Guerra Mundial, sobretudo a partir da
década de 60 – não tenham ocorrido, neste âmbito, muitas coisas positivas e
progressos sensíveis, mas deve ter-se sempre em conta que todas as decisões e
mudanças sociais, encerram em si vantagens, inconvenientes e consequências e
cada medalha tem sempre o seu reverso.
Ora, por norma, é raro pensar-se
nas consequências a não ser quando já é tarde.
A Sociologia podia dar, neste
campo como noutros, uma contribuição muito útil, desde que não esteja eivada de
preconceitos, correntes ideológicas ínvias, ou sequestrada de falsos profetas.
Numa palavra assumindo-se e
comportando-se como uma ciência séria. Quanto ao resto todos compreendemos que
não possa ser exacta.
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A Chanceler Merkel resolveu
animar as hostes indígenas ao sair-lhe pela boca fora que havia licenciados a
mais em Portugal (e Espanha), frase que foi realçada e algo retirada do
restante contexto.
A coisa não teria qualquer
importância se não vivêssemos uma época em que toda a gente fala e opina sobre
tudo e a Comunicação Social sente uma pressão enorme (diria uma compulsão de
negócio), em nos atulhar com todas as minudências que se passam no planeta Terra.
Acresce que desataram quase todos
a bater na germânica senhora, sem quererem entender que a “União” Europeia (UE)
não existe, como tal, e que ela só está a defender o que entende ser os
interesses da Alemanha (ainda não reunificada).
Não vejo, por outro lado, que a
Chanceler não possa falar sempre que lhe apeteça pois, que se saiba,
pertencemos todos ao mesmo clube (o tal da UE).
Devemos ainda lembrar-nos da
apetência que os “peixes grandes” têm em comer os “peixes pequenos”, sobretudo
aqueles a quem emprestam dinheiro, não para investimento, mas para continuarem
a viver…
E não enviamos nós centenas (ou
milhares?), de licenciados para a Alemanha, faz anos?
Que prova é mais necessária para
dar razão à Srª Merkel?
Ora os críticos da mesma senhora
devem é escrever-lhe a exigir o seu retorno por eles, supostamente, fazerem cá
falta, mas não estou seguro que as leis comunitárias, da livre circulação de
pessoas e mercadorias, o permitam…
Se eu fosse aos críticos da chefe
do governo teutônico estava mais preocupado em tentar descortinar alguma razão
ponderosa naquilo que ela disse ou quis dizer.
Penso até, que há muita verdade
implícita naquilo que afirmou mesmo sem, naturalmente, o saber ou ter intenção.
Parece-me inquestionável que
Portugal, no seu conjunto, não tenha licenciados a mais, mas não tenho dúvidas,
outrossim, que tem portadores de “canudo” a mais numas áreas e a menos noutras;
que nada tem sido feito para tentar regular o mercado; que aprovaram imensas
licenciaturas que não têm razão para existir; que quase tudo na Educação –
melhor dizendo, na Instrução, já que a educação se dá em casa – virou negócio;
que o que interessa não é ter muitos
licenciados, mas sim bons
licenciados – quem confia, desde há 40 anos, nos graus académicos concedidos?
Etc..
Um “etecetera” extenso que não
cabe aqui desenvolver, mas em que faço excepção para referir o ensino técnico e
comercial (também referido pela Srª Merkel) que era de grande qualidade e que
foi assassinado nos idos da última revolução que nos calhou em sorte, e que até
hoje não foi posto de pé, novamente.
Os extraordinários estadistas
(obviamente muito democráticos) têm andado entretidos com as “novas
oportunidades”…
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Timor continua a ser um equívoco
nacional. Melhor dizendo, uma monumental mentira política.
Criou-se em Timor, em 1974/5, um
problema que não existia, nem havia razões para existir.
O Timor português vivia em paz e
perfeitamente integrado na soberania portuguesa.
Nenhuma reivindicação ocorria no,
ou sobre o território, nem interna, nem externamente.
Os esparvoados “revolucionários”
portugueses, de então, resolveram exportar a loucura que grassava em Lisboa,
para Díli e criaram, artificialmente, um partido comunista, local, a “Fretilin”.
Os cordelinhos da Geopolítica
internacional começaram a equacionar a existência de uma eventual pústula
comunista numa zona que lhe era adversa.
Depois de muitas peripécias onde
os desgraçados governos portugueses (sem autoridade para fazer coisa alguma),
acumulavam asneiras e omissões, ignoraram todos os alertas e pedidos da
Indonésia, levando este país a invadir o território de Timor-Leste (com luz
verde dos EUA) – já depois da bandeira portuguesa ter sido arriada pela
Fretilin…
As autoridades (?!) portuguesas
protestaram; a tropa que lá estava não disparou um tiro e a ocupação passou a
ser um facto (quase) consumado.
O Governo português perdeu,
entretanto, toda a autoridade moral, diplomática e política, para exigir fosse
o que fosse, dado que a partir de Dezembro de 1974, decidiu reconhecer “de
jure” a escabrosa invasão de Goa, Damão e Diu, pelo estado malfeitor da União
Indiana, efectuada em circunstâncias muito
mais gravosas do que aquela ordenada por Jacarta.
Ninguém consciente e com vergonha
na cara gosta de ouvir dizer isto, mas é a mais pura
das verdades!
Os Indonésios não tiveram, por
sua vez, qualquer tipo de “jeito” em lidarem com a nova realidade, usaram de
brutalidades várias e conseguiram alienar qualquer tipo de empatia que se
pudesse criar. A resistência armada continuava a lembrar que, apesar de tudo, o
gesto indonésio beliscava o Direito Internacional (normalmente só aplicado aos
grandes…), até que o bambúrrio do vídeo que documentava o “massacre” de Santa
Cruz, onde se ouviam vozes de mulheres e crianças a rezarem a Avé – Maria, em
português – o que parece impressionou até, alguns empedernidos ímpios tugas –
acordou a diplomacia portuguesa da sua letargia, que levou, numa arrancada
digna dos bons velhos tempos, a que os Indonésios acabassem por se retirar do
território.
Esta fase foi acompanhada por uma
mobilização nacional genuína, onde até as forças políticas mais antimilitares e
outros ex- revolucionários queriam uma intervenção militar.
A má consciência, às vezes, opera
prodígios…
Deu-se início, então, ao que
designaram por “processo de descolonização”, que foi complexo e difícil. A má
consciência internacional também ajudou, e muitos não deixaram de logo colocar
os olhos no potencial em hidrocarbonetos existente.
Aí fez-se e deixou-se fazer, uma
outra asneira grave: faltou colocar no referendo a 3ª pergunta, isto é, se os
timorenses queriam a integração em Portugal, mas isso não interessava nada à
quase totalidade dos intervenientes mais destacados. Por motivos diferentes,
mas confluentes.
A má consciência, afinal, não dá
para tudo!
Deste modo Timor ficou um grão de
areia perdido no universo, onde apenas o catolicismo garante alguma
homogeneidade, já que o português está em regressão e é apenas falado por uma
minoria da população.
Ou seja Timor Lorosae não tem o
mínimo de capacidades para ser uma entidade autónoma no seio das nações. A
única coisa que vai subsistir são os negócios entre as pessoas que se consigam
movimentar na área do poder nominal.
A actual classe política
portuguesa não tem, nem tão pouco quer ter, qualquer capacidade para influenciar
o que se passa em Timor. E como também destruiu todo e qualquer poder nacional
– a partir do que não se pode definir qualquer política nem desenhar qualquer
estratégia – faz as figuras tristes que tem feito em toda a parte do mundo.
Mas sempre orgulhosamente
acompanhados.
Por isso é que o ex-guerrilheiro
maubere, que muito deve a Lisboa, ocupar o cargo que ocupa, se permite impor a
presença do presidente da Guiné Equatorial, na última cimeira da CPLP, ocorrida
em Díli, antes de ter sido formalmente eleito; expulse como criminosos (ou
espiões) os juristas portugueses que eles tinham pedido para os ajudar e, num
gesto magnânimo tenha, antes, oferecido ao nosso país mais de um milhão de
euros para ajudar nos incêndios florestais.
É triste e é uma vergonha para a
lusa gente.Mas lá que é merecido, é.
A democracia é castigo.
ResponderEliminarPortugal e os Portugueses estão a ser castigados porque voltaram as costas ao divino, e o divino fez questão que a igualdade humana não existisse.
Ora como a igualdade humana nunca existiu, não existe, e nunca existirá, o homem ao proclamar a igualdade humana através da "religião" democrática desafia o divino.
Este então castiga o homem, até este ultimo aprender que tem que derrubar a democracia.
Será que o homem vai demorar muito aprender a lição?
Caro Sr. Tenente-Coronel,
ResponderEliminarGostaria apenas de lhe dizer que concordo com o que escreve a respeito de Timor. Com tudo o que se possa escrever sobre este pequeno pedaço de terra, fica sempre difícil lançar um claro olhar sobre o “fenómeno timor”. Ou seja, obter uma interpretação correcta das tensões, interesses e reais objectivos das “partes em jogo”. Isto do ponto de vista geoestratégico, claro está! Não tanto, da “ingerência” das NU (no seu sempre meritório esforço de paz? Que é só esbanjar dinheiro, … e efeitos perversos) e o seu real empenhamento naquela região. É que o trabalho da UNTAET (iniciado em 2000) apenas serviu para encobrir o desmantelamento da Resistência (confirmo que a desmobilização da guerrilha nunca existiu) de Taur Matan Ruak e posteriormente, continuou com Ian Martim (NU), para acabar com as FALINTIL/ FNDTL. Não interessava à Austrália uma força militar, ainda que reduzida! Não pelo seu potencial (reconhecidamente insignificante no contexto regional), mas pela influência que Matan Ruak detinha (e detém ainda hoje) no complexo puzzle: Xanana - Horta - Alkatiri - negócios (hidrocarbonetos). Depois do “linchamento político” de Alkatiri (onde se pede também a cabeça de Rogério Lobato/2006) apoiado e dirigido pelos EUA, segue-se a “aventura australiana”, de “invasão de território” para cobrir a desestabilização e “aniquilamento” das FNDTL e da Polícia (PNTL) liderada pelo Alf. Renato (treinado e orientado pelos australianos).
Acontece que Ruak mantinha a sua organização clandestina e a sua ascendência/prestígio (de bom Homem), factores que lhe permitiram recolher dados (evidências/provas) comprometedores (e graves) do complôt organizado por Horta/Xanana. De Xanana, sempre teve um bom historial desde os tempos da Resistência. Acontece que neste caso, os pescadores, foram pescados. O anzol ainda se mantém bem fixo na sua boca e o estralho é bastante forte. Daí o líder da guerrilha (diga-se: Taur) sempre os manteve, e ao que parece -agora PR- mantém, bem tenso.
Com respeito ao sistema judicial digo: os portugueses em cooperação, tanto juiz (es) como procurador (es), sempre se conseguiram manter isentos, de bom nome e prestigiados. Esta sempre foi a impressão, extraordinariamente positiva, que tive (2006/2007) ainda que naquela data já os tentassem demolir. Simples de compreender: a polícia (PNTL) estava de rastos; a FNDTL estavam a ser alvo de todo o tipo de ataques (Austrália, UN,…), restava o pilar judicial a abater, mantido pelos portugueses.
Sobre assuntos correlacionados, digo: actuação do SIEDM, da DGPDN e DIMIL,…, orientações específicas da componente, resultados a atingir, supervisão, fluxo de informações, etc, abstenho-me de referir, pois extravasam o âmbito deste meu apontamento e creio ser o Sr. Tenente-Coronel conhecedor de todo o caos em vigor, onde a entropia já não encontra o seu ponto mais baixo da escala.
Esta, a pequena nota que lhe deixo sobre a admirável história de um “mundo novo”, onde, até na ilha de Ataúro se viu a apetecível possibilidade de servir como ponto de ancoragem de submarinos US; e a infiltração dos KOPASSUS (SF Indonésias em 2000) se pode concluir terem sido mercenários a mando de generais indonésios que não queriam perder os seus negócios no sol nascente.
Dos volumes elevadíssimos de dadores internacionais para a reconstrução do país. Que dizer? É que, como percebi ser natural nestes casos e existindo apenas um gestor(a) (australiano), o financiamento disponível não é aplicado nos investimentos propostos e aprovados, sob a bandeira, sempre oculta, de uma qual “guerra de negócios internacional”.
Aproveito para lhe dar as felicitações pelo seu sempre prestigiado e útil trabalho e defesa da verdade e da Pátria.
Com elevada consideração,
TCOR 01341685 Rui Manuel das Neves Azevedo Machado
Oficial de ligação das Operações Especiais ao 1º BI Para (Jan-Ago 2000)
Assessor Militar do Chefe de Estado-Maior General FALINTIL/FDTL e o secretário de Defesa, no âmbito do projecto de Cooperação Técnico-Militar nº1 (2006/2007)