Este blogue apresenta os pensamentos, opiniões e contributos de um homem livre que ama a sua Pátria.
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
CURTAS E GROSSAS II
“Tantas vezes vai o cântaro à fonte…”
Aforismo popular
A reforma do Estado que “todos”
reclamam e ninguém faz, passou a ser um cliché vazio de sentido. Por inócuo e
indefinido.
Passou apenas a ser um chavão que os políticos intermitentemente expelem na sua loquacidade balofa e mentirosa.
Passou apenas a ser um chavão que os políticos intermitentemente expelem na sua loquacidade balofa e mentirosa.
Não se pode (deve) fazer a
reforma do Estado sem começar por se reformar o sistema político, quiçá, o
próprio regime político.
Ora neste (s) ponto (s) quase
ninguém quer tocar ou mexer.
Seguramente os agentes políticos
existentes, não querem. Logo não haverá reforma do Estado. Até este colapsar, é
claro.
O resto tem a ver com seriedade e
competência.
Ora o sistema político baseado em
Partidos Políticos tem mostrado à saciedade que é a antítese do atrás apontado.
É isto que gera leis mal feitas,
corrupção, imoralidade, maus exemplos, injustiças, etc..
E, quando a falta de seriedade e
competência se transpõe para a geopolítica arriscamo-nos a ver o país passar
vergonhas e desaparecer.
A maioria da população ao dar-se
conta de tudo isto (leva tempo, mas dá), deixa de ter respeito pelos
dirigentes, zurze-os com todos os adjectivos que há de pior no dicionário,
tenta isentar-se por todos os meios aos deveres de pertencer a uma comunidade,
passa ao “modo de sobrevivência” e, na pior hipótese, torna-se conivente activo
da pouca - vergonha.
Estes últimos casos não são
despiciendos.
Deste modo em vez de construirmos
uma Democracia que se aperfeiçoa com o concurso dos melhores e bem - intencionados,
afundamo-nos na partidocracia, na plutocracia e na corruptocracia.
A fronteira para a “bandalheirocracia”
passa a ser ténue.
A “fome de sangue” para lavar as
afrontas e injustiças, também.
*****
A semana que decorreu entre 17 e
23 de Novembro é exemplo do que acabámos de escrever e vai ficar nos anais da
História da Nação portuguesa.
Por um lado por ser das mais
vergonhosas, por outro e em simultâneo, como aurora de esperança. Esperança de
que as coisas possam mudar…
Estamos a referir-nos ao
encadeamento de escândalos e acções escandalosas que se sucederam em catadupas
de gravidade crescente.
Lembremos a continuação do caso
BES/GES talvez o maior “polvo” do regime; a má conduta recorrente e quase
compulsiva dos senhores deputados cuja falta de elevação no debate transformou
o hemiciclo numa feira de regateiras, permanentemente entrecortado por
incidentes pícaros cujo recente episódio do “dá-me cá, toma lá” o microfone,
apenas convida a um sorriso sarcástico; o episódio escabrosíssimo da tentativa
de nos passarem a perna com a recuperação das subvenções vitalícias dos
políticos.
Ficámos também a saber que a GALP
e a REN se recusaram a pagar os impostos extraordinários a que estão obrigados.
De facto é necessário muito
topete para se abalançarem a semelhante insubordinação: além de contribuírem há
muito para castigarem os consumidores com os produtos/serviços que lhes prestam
e de terem gozado de muitos favores estatais, quem é que são para se julgarem
diferentes do comum do cidadão e das restantes (sobretudo) pequenas e médias
empresas que andam a ser esbulhados dos seus bens?
Têm razão numa coisa, porém, que
nunca invocaram ou tornaram pública: é que há empresas, instituições e
“negócios” que ainda não foram afectados pela “austeridade”. E como têm poder
(leia-se dinheiro, gente influente e advogados) pensam, eventualmente, que
podem eximir-se às leis que se promulgam.
É mais um caso com que os órgãos
do Estado, cuja autoridade anda pelas ruas da amargura e nunca se recompôs do
descalabro dos idos do “PREC”, se vão confrontar.
Veremos se têm algum nervo ou
apenas se limitam a amachucar (e depenar) os fracos e desvalidos.
A coisa foi sempre em crescendo,
passando para a gravíssima questão da detenção, imagine-se, do Director do SEF,
do Presidente Nacional dos Registos e Notariado, e mais uma mão cheia de peixes
médios e arrastou consigo a demissão de um ministro, por causa de suspeitas de
corrupção. Desta vez ligada a esse aborto que dá pelo nome de vistos “gold”: uma
autêntica prostituição da nacionalidade!
Não há maneira destes “agilizados
mentais” perceberem que nem tudo o que tornam legal é legítimo ou moral!
Neste âmbito há um aspecto muito
preocupante e muito mal explicado: a actuação do SIS (vulgo serviços secretos)
versus PJ e ainda o facto do Juiz que impôs as condições em que os arguidos
ficavam a aguardar julgamento, constar a proibição de contactarem outros
juízes…
A cereja em cima do bolo viria a
ser, porém, a detenção no aeroporto (com uma estação de TV à espreita!), do
ex-primeiro ministro, cidadão José Sócrates.
As pessoas já não conseguem
digerir tanta barbaridade.
Será que o Estado e a Sociedade
estão podres?
*****
Apenas mais umas quantas
considerações, que o cortejo é infindável.
No palco da AR – a que
eufemisticamente chamam a “casa da democracia” – alguns deputados a quem não
tratarei por senhores”, decidiram levar a votação, em plenário, a reposição das
subvenções vitalícias dos políticos.
Felizmente a contestação à medida
surgiu, antes que a indignação popular se fizesse ouvir, no seio dos próprios
partidos políticos – a pior invenção, em termos de Ciência Política, jamais
dada à estampa - e a iniciativa acabou abortada.
Mas a intenção está lá e só o
facto de ter sido posta em marcha indicia o despudor e a amoralidade dos seus
defensores.
Então esta classe política, que
anda há décadas a desbaratar a Nação Portuguesa e se tem entretido a vender
Portugal aos bocadinhos e a esbulhar o comum dos portugueses dos seus parcos
haveres, tem a lata e o despautério de querer repor algo que nunca devia ter
existido?
Como lhes quero fazer a justiça
de não os considerar asnos de pensamento, só se pode entender a sua atitude
como uma pulhice miserável e aviltante.
Será que lhes dá prazer gozar com
a população?
Deviam ser amarrados a um
pelourinho e açoitados publicamente, para exemplo dos que ainda não decidiram
se andam por aí para praticarem o Bem ou o Mal.
A dita “Casa da Democracia” há
muito que está desqualificada.
E se dúvidas houvesse, a reacção
ao discurso do Dr. Paulo de Morais – a quem cumprimento e tiro o chapéu – que a
apelidou (falando lá), de ser o maior coio da traficância existente em
Portugal, provou-o à saciedade.[1]
*****
O culminar deste descalabro
político, moral e social deu-se aquando da detenção do agente técnico de
engenharia (parece que esse curso ele tirou) José Sócrates ex - primeiro entre
os ministros.
Só nos falta agora mandar para os
calabouços um ex-PR, um ex - Presidente da AR ou um ex - Presidente do Supremo
Tribunal de Justiça, ou um ex - PGR (sei lá, porventura por meterem processos
na gaveta e impedirem o normal e correcto desenvolvimento da justiça...).
Seria o fim da picada e pior será,
quando em vez de ser um “ex” qualquer, for mesmo um que esteja em funções.
Ora tudo isto está obviamente
ligado à acção política e à organização do próprio Estado (o tal regime/sistema
político).
Não vale a pena andar a escamotear
as questões.
Toda a gente no país, minimamente
informada, sabe – mesmo que não saiba pormenores – que se têm passado as coisas
mais incríveis nas últimas décadas e que a liberdade de noticiar escândalos ou
discutir assuntos não tem servido para quase nada (agora já não há a desculpa
da censura…).
A pessoa de Sócrates tem, neste
âmbito, um longo historial.
O ponto está em arranjar provas e
conseguir provar.
Ora para que isto aconteça, têm
de existir meios, organização e vontade.
Entre os meios destacam-se as
pessoas, a tecnologia e o edifício legal. Ora sendo os meios abundantes, a
organização existente (com falhas, é certo), resta a vontade. A vontade reside
fundamentalmente nas pessoas com autoridade para promoverem as investigações e
levá-las até ao fim.
Torna-se pois, necessário,
averiguar das mudanças de “vontade” existentes.
É certo que as leis são os
políticos que as fazem – sem embargo dos pareceres técnicos e tomada de posição
existentes – e não é o primeiro nem o segundo caso em que existem leis que se
modificam (curiosamente, quase sempre no sentido de protegerem eventuais
prevaricadores) até no meio de processos importantes – caso do processo Casa
Pia, por exemplo - mas mesmo assim temos que questionar o que mudou para que de
repente, tenhamos uma avalanche de casos gravíssimos, finalmente a serem
investigados a sério e com hipóteses de chegarem a bom termo.
Toda a corrupção gira à volta de
pessoas e negócios. Se as pessoas são honestas, fazem negócios sérios e vive
versa. As leis devem ser feitas em função disto.
Mas não se podem fazer leis
adequadas, com gente ignorante ou moralmente maculada. Digam-me: qual é a
escola/universidade onde um aluno chumbe por falta de idoneidade para o curso
que escolheu?
Que escrutínio existe para alguém
que se pretenda inscrever num Partido Político?
Estou em crer que se a justiça
continua por este caminho, vamos ter que construir campos de concentração, pois
as prisões não vão chegar.
Tratando-se de políticos ao mais
alto nível, o país passa a ser uma vergonha internacional e o Estado Português
perde toda a credibilidade. Mas quem é que hoje, está preocupado com isso?
Grave, grave, é que, entretanto,
arruinaram o país, desbarataram os bens de toda a comunidade (e o Poder
Nacional) e esfrangalharam as instituições nacionais, reduzindo Portugal a um
estado menos que exíguo.
“Eles” bem podem (e devem) ser
castigados a sério, mas a Nação dos Portugueses está perfeitamente diminuída,
endividada e pasto de interesses estranhos.
Há danos que não são reversíveis.
[1] Para os desconhecedores ou
mais esquecidos, a reacção foi, nenhuma. O que em bom português significa, quem
cala consente…
terça-feira, 25 de novembro de 2014
ESCOLA MILITARIZADA...
Aspecto que possivelmente terão as nossas escolas, daqui a poucos anos, se ainda
existirem...
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
PORTUGAL NA I GUERRA MUNDIAL
Junto escrito publicado no número de Outubro de 2014, da Revista Militar.
Revista
que convido todos a assinarem, não só pela excelente qualdade/preço, mas também
por se tratar da revista militar, de publicação ininterrupta, mais antiga em
todo o mundo.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
FILME DE 1933
Documento histórico (filme existente na Cinemateca Nacional, de cerca de 12')
muito interessante, datado de 1933, onde se podem apreciar várias imagens de
paradas e exercícios militares, nomeadamente a de uma companhia de tropa
indígena, de Angola.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
CURTAS E GROSSAS
“A razão principal pela qual os políticos
mentem, é simples: as pessoas gostam que se lhes minta.”
Grave é também o caso de Timor e
a expulsão dos juristas portugueses, datada de 31/10, o que só é ultrapassado
pela reacção pífia das entidades que dizem representar a nossa soberania.
Mas lá que é merecido, é.
Do abaixo-assinado
Ninguém assume que Portugal não
está em condições de pagar a dívida, muito menos os juros da mesma.
Depois de a “Troika” ter fingido
que se foi embora, a dívida do nosso País, aumentou.
Como, aliás, era expectável pois
apenas se empurrou com a barriga para a frente. Por outro lado, nunca deixámos
de pedir dinheiro emprestado.
É certo que a juros mais baixos,
mas isso não evita o aumento da dívida, apenas a torna menos elevada.
Ninguém sabe exactamente os
números e também ninguém sabe em quem acreditar.
A confiança esvaiu-se…
É uma tristeza, mas é uma
realidade.
Como não se consegue encontrar um
político que fale verdade ou seja coerente hoje, com o que diz amanhã; nem tão
pouco há autoridade para impor uma estratégia – que teria que ser sempre muito
dura e isenta – não iremos sair da situação em que estamos, antes iremos
apodrecer com ela.
Com o problema da tesouraria
sempre premente os sucessivos governos, fracos e pusilânimes, vão vendendo o
país a patacos, até ficarmos sem nada e passarmos à condição de escravos ou
mendigos permanentes, de uma qualquer “entidade”.
O que alguns espertinhos optam por apelidar de
“cidadãos do mundo”…
*****
O atrás apontado nota-se em tudo
e no desnorte de tudo.
Ao cruzar parte do Algarve,
recentemente, em época baixa para o turismo, pude verificar como a região está
a ser submersa por emigrantes residentes. Não estou sequer a referir-me aos
emigrantes que vêm para cá trabalhar e, mais tarde, optam por ficar ou por
regressar ao país de origem; estou-me a referir a uma soma alargadíssima de
pessoas, normalmente oriundas do centro e norte da Europa, que se fixaram em
permanência na parte mais ocidental do antigo “Al Andaluz”.
Toda a região está a ficar
descaracterizada e, a pouco e pouco, os portugueses vão ficar em minoria e
estranhos na sua própria terra. Tal já se nota, sobretudo nas terras pequenas!
Um dia destes nem um metro
quadrado de terra estará em mãos nacionais…
Nada do que digo tem a ver com
racismo, xenofobia ou qualquer sentimento menos cristão. Trata-se, tão -
somente, de aquilatar se alguém já pensou nas consequências futuras desta
“anarquia sociológica” e se é esta a realidade que queremos para o que nos
resta de Nação.
*****
A passada questão leva-nos a uma
outra que é a da destruição da família tradicional e da quebra da demografia,
sobretudo nos países ditos ocidentais. Uma coisa está, aliás, ligada à outra.
A destruição da família começou a
ser desenhada a seguir à Revolução Francesa. Está inscrita na “guerra” para a
aniquilação da religião cristã, nomeadamente a católica; entroncou depois no
“Positivismo”; mais tarde no ataque às Nações (uma nação não deixa de ser um
conjunto alargado de famílias), teve um momento alto nos disparates do Maio de
68, em França e seus derivados e tem o seu clímax no individualismo e
relativismo moral mais exacerbado.
Para atacar a família usaram-se
todos os meios: a interferência estatal; a destruição da autoridade parental; o
negócio das drogas; a legalização e, ou tolerância, de todas as taras; a defesa
da homossexualidade (e o que mais adiante se verá); a desresponsabilização
militante; a desvalorização da Honra e da palavra; a banalização dos
sentimentos; o culto do hedonismo e, sobretudo, a chamada “libertação da
mulher”, onde o fenómeno do feminismo representa o expoente mais agudo.
Ora tudo isto passou a ser
politicamente correcto e aceite algo acefalamente, pelo vulgo.
A questão da demografia - que é
um fenómeno complexo – tem a ver, salvo melhor opinião, sobretudo com a
“emancipação da mulher” e o aparecimento da pílula, que banalizou e
desresponsabilizou as relações sexuais (apesar da praga da Sida – há sempre um
praga qualquer, que aparece…).
Ora a maioria das pessoas foge a
discutir estas coisas, optando-se pela fuga para a frente, e os poucos que
começam a preocupar-se com a falta de crianças, aponta apenas as batarias para
a crise económica que coíbe os casais de terem filhos – se isto fosse assim
quase ninguém tinha tido filhos desde o princípio da Humanidade…
Não direi que nas últimas décadas
– o fenómeno começou a ocorrer após a II Guerra Mundial, sobretudo a partir da
década de 60 – não tenham ocorrido, neste âmbito, muitas coisas positivas e
progressos sensíveis, mas deve ter-se sempre em conta que todas as decisões e
mudanças sociais, encerram em si vantagens, inconvenientes e consequências e
cada medalha tem sempre o seu reverso.
Ora, por norma, é raro pensar-se
nas consequências a não ser quando já é tarde.
A Sociologia podia dar, neste
campo como noutros, uma contribuição muito útil, desde que não esteja eivada de
preconceitos, correntes ideológicas ínvias, ou sequestrada de falsos profetas.
Numa palavra assumindo-se e
comportando-se como uma ciência séria. Quanto ao resto todos compreendemos que
não possa ser exacta.
*****
A Chanceler Merkel resolveu
animar as hostes indígenas ao sair-lhe pela boca fora que havia licenciados a
mais em Portugal (e Espanha), frase que foi realçada e algo retirada do
restante contexto.
A coisa não teria qualquer
importância se não vivêssemos uma época em que toda a gente fala e opina sobre
tudo e a Comunicação Social sente uma pressão enorme (diria uma compulsão de
negócio), em nos atulhar com todas as minudências que se passam no planeta Terra.
Acresce que desataram quase todos
a bater na germânica senhora, sem quererem entender que a “União” Europeia (UE)
não existe, como tal, e que ela só está a defender o que entende ser os
interesses da Alemanha (ainda não reunificada).
Não vejo, por outro lado, que a
Chanceler não possa falar sempre que lhe apeteça pois, que se saiba,
pertencemos todos ao mesmo clube (o tal da UE).
Devemos ainda lembrar-nos da
apetência que os “peixes grandes” têm em comer os “peixes pequenos”, sobretudo
aqueles a quem emprestam dinheiro, não para investimento, mas para continuarem
a viver…
E não enviamos nós centenas (ou
milhares?), de licenciados para a Alemanha, faz anos?
Que prova é mais necessária para
dar razão à Srª Merkel?
Ora os críticos da mesma senhora
devem é escrever-lhe a exigir o seu retorno por eles, supostamente, fazerem cá
falta, mas não estou seguro que as leis comunitárias, da livre circulação de
pessoas e mercadorias, o permitam…
Se eu fosse aos críticos da chefe
do governo teutônico estava mais preocupado em tentar descortinar alguma razão
ponderosa naquilo que ela disse ou quis dizer.
Penso até, que há muita verdade
implícita naquilo que afirmou mesmo sem, naturalmente, o saber ou ter intenção.
Parece-me inquestionável que
Portugal, no seu conjunto, não tenha licenciados a mais, mas não tenho dúvidas,
outrossim, que tem portadores de “canudo” a mais numas áreas e a menos noutras;
que nada tem sido feito para tentar regular o mercado; que aprovaram imensas
licenciaturas que não têm razão para existir; que quase tudo na Educação –
melhor dizendo, na Instrução, já que a educação se dá em casa – virou negócio;
que o que interessa não é ter muitos
licenciados, mas sim bons
licenciados – quem confia, desde há 40 anos, nos graus académicos concedidos?
Etc..
Um “etecetera” extenso que não
cabe aqui desenvolver, mas em que faço excepção para referir o ensino técnico e
comercial (também referido pela Srª Merkel) que era de grande qualidade e que
foi assassinado nos idos da última revolução que nos calhou em sorte, e que até
hoje não foi posto de pé, novamente.
Os extraordinários estadistas
(obviamente muito democráticos) têm andado entretidos com as “novas
oportunidades”…
*****
Timor continua a ser um equívoco
nacional. Melhor dizendo, uma monumental mentira política.
Criou-se em Timor, em 1974/5, um
problema que não existia, nem havia razões para existir.
O Timor português vivia em paz e
perfeitamente integrado na soberania portuguesa.
Nenhuma reivindicação ocorria no,
ou sobre o território, nem interna, nem externamente.
Os esparvoados “revolucionários”
portugueses, de então, resolveram exportar a loucura que grassava em Lisboa,
para Díli e criaram, artificialmente, um partido comunista, local, a “Fretilin”.
Os cordelinhos da Geopolítica
internacional começaram a equacionar a existência de uma eventual pústula
comunista numa zona que lhe era adversa.
Depois de muitas peripécias onde
os desgraçados governos portugueses (sem autoridade para fazer coisa alguma),
acumulavam asneiras e omissões, ignoraram todos os alertas e pedidos da
Indonésia, levando este país a invadir o território de Timor-Leste (com luz
verde dos EUA) – já depois da bandeira portuguesa ter sido arriada pela
Fretilin…
As autoridades (?!) portuguesas
protestaram; a tropa que lá estava não disparou um tiro e a ocupação passou a
ser um facto (quase) consumado.
O Governo português perdeu,
entretanto, toda a autoridade moral, diplomática e política, para exigir fosse
o que fosse, dado que a partir de Dezembro de 1974, decidiu reconhecer “de
jure” a escabrosa invasão de Goa, Damão e Diu, pelo estado malfeitor da União
Indiana, efectuada em circunstâncias muito
mais gravosas do que aquela ordenada por Jacarta.
Ninguém consciente e com vergonha
na cara gosta de ouvir dizer isto, mas é a mais pura
das verdades!
Os Indonésios não tiveram, por
sua vez, qualquer tipo de “jeito” em lidarem com a nova realidade, usaram de
brutalidades várias e conseguiram alienar qualquer tipo de empatia que se
pudesse criar. A resistência armada continuava a lembrar que, apesar de tudo, o
gesto indonésio beliscava o Direito Internacional (normalmente só aplicado aos
grandes…), até que o bambúrrio do vídeo que documentava o “massacre” de Santa
Cruz, onde se ouviam vozes de mulheres e crianças a rezarem a Avé – Maria, em
português – o que parece impressionou até, alguns empedernidos ímpios tugas –
acordou a diplomacia portuguesa da sua letargia, que levou, numa arrancada
digna dos bons velhos tempos, a que os Indonésios acabassem por se retirar do
território.
Esta fase foi acompanhada por uma
mobilização nacional genuína, onde até as forças políticas mais antimilitares e
outros ex- revolucionários queriam uma intervenção militar.
A má consciência, às vezes, opera
prodígios…
Deu-se início, então, ao que
designaram por “processo de descolonização”, que foi complexo e difícil. A má
consciência internacional também ajudou, e muitos não deixaram de logo colocar
os olhos no potencial em hidrocarbonetos existente.
Aí fez-se e deixou-se fazer, uma
outra asneira grave: faltou colocar no referendo a 3ª pergunta, isto é, se os
timorenses queriam a integração em Portugal, mas isso não interessava nada à
quase totalidade dos intervenientes mais destacados. Por motivos diferentes,
mas confluentes.
A má consciência, afinal, não dá
para tudo!
Deste modo Timor ficou um grão de
areia perdido no universo, onde apenas o catolicismo garante alguma
homogeneidade, já que o português está em regressão e é apenas falado por uma
minoria da população.
Ou seja Timor Lorosae não tem o
mínimo de capacidades para ser uma entidade autónoma no seio das nações. A
única coisa que vai subsistir são os negócios entre as pessoas que se consigam
movimentar na área do poder nominal.
A actual classe política
portuguesa não tem, nem tão pouco quer ter, qualquer capacidade para influenciar
o que se passa em Timor. E como também destruiu todo e qualquer poder nacional
– a partir do que não se pode definir qualquer política nem desenhar qualquer
estratégia – faz as figuras tristes que tem feito em toda a parte do mundo.
Mas sempre orgulhosamente
acompanhados.
Por isso é que o ex-guerrilheiro
maubere, que muito deve a Lisboa, ocupar o cargo que ocupa, se permite impor a
presença do presidente da Guiné Equatorial, na última cimeira da CPLP, ocorrida
em Díli, antes de ter sido formalmente eleito; expulse como criminosos (ou
espiões) os juristas portugueses que eles tinham pedido para os ajudar e, num
gesto magnânimo tenha, antes, oferecido ao nosso país mais de um milhão de
euros para ajudar nos incêndios florestais.
É triste e é uma vergonha para a
lusa gente.Mas lá que é merecido, é.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
terça-feira, 11 de novembro de 2014
PARA VER E OUVIR
Entrevista com a Drª Maria do Carmo Vieira. Verdades como punhos que só o são
porque, simplesmente, o "Bom Senso" emigrou do nosso País há umas décadas atrás.