O TCOR Machado meu camarada de armas há muito tempo escreveu um muito exaustivo
e justo texto, sobre o Inspector-Chefe João Pedro Figueira, da Polícia
Judiciária, que transcrevo com a devida vénia.
Dada a relação de muita
consideração e amizade que me ligava ao Inspector Figueira, atrevo-me a juntar
umas sentidas linhas, apenas em complemento do que, com tanta propriedade, foi
expresso.
Conheci o João Pedro Figueira, já
a minha vida ia avançada. Já não sei exactamente quando nem onde. Talvez há uns
15 anos.
Foi fácil estabelecermos empatia: tínhamos alguns interesses
comuns, entendíamo-nos sobre a generalidade dos aspectos políticos, históricos,
sociais e morais da nossa terra e do mundo; ele tinha especial apreço pela
Instituição Militar e tinha como principal tarefa profissional, perseguir e
prender os cavilosos que incorriam em crimes, actividade que sempre contou com
o meu jubiloso acordo. Ser filho de um oficial da Força Aérea, meu antigo
professor na Academia Militar, também ajudou a estabelecer as pontes iniciais.
Mais tarde veio a colaborar no Movimento 10 de Junho,
Associação Patriótica de Intervenção Cívica, da qual fui Presidente, durante
três anos.
Guardo dele a melhor lembrança.
O Figueira era uma pessoa discreta que se movimentava sem
alardes. Pensava bem, não abordava os assuntos pela rama, não era leviano, nem
fútil.
Não conheço o suficiente da sua vida, mas creio que a viveu
bem.
Era de pequena estatura, sim, mas não era malandro nem
dançarino… Era, por sinal, uma boa alma.
Foi um bom português e um grande patriota, virtudes pouco em
voga nas últimas décadas.
Doença insidiosa – verdadeira praga dos nossos tempos –
roubou-nos ao nosso convívio, mas ficará para sempre uma doce lembrança da sua
memória.
No seu percurso pela Terra, o J.P. Figueira esteve sempre –
tanto quanto conseguimos descortinar – do lado do Bem.
Que o Pai do Céu – a quem poucas semanas antes de falecer, o
meu amigo me pediu que por ele intercedesse em oração – o receba em Sua eterna
Glória.
Brandão Ferreira
João Pedro Fernandes Figueira foi meu aluno na Universidade Autónoma de Lisboa - aluno do curso de História. Pessoa de bom trato, discreto, simpático, inteligente. Com força de vontade. Acabou o curso com muito boa classificação e, no passado dia 13 de Dezembro, dia da UAL,foi receber o seu diploma. Com legítimo orgulho. Agora já cursava Direito - as cadeiras que lhe faltavam para terminar esse curso, iniciado tantos anos antes.Soube esta tarde,incrédula, que tinha falecido. Um meu aluno, seu antigo colega, deu-me a notícia, que tinha visto no jornal. Sinto que, ao escrever estas palavras, dou testemunho da minha amizade e das suas qualidades. E também eu, peço a Deus que o receba na Sua Glória e que descanse na Sua Paz.
ResponderEliminarÀ sua família as minhas sinceras condolências.