O Presidente do Banco Mundial e outros grandes da cena mundial, já vieram perorar solenemente sobre os perigos desta alta de preços. Como se eles fossem inocentes no meio de tudo isto e não soubessem ou pudessem fazer nada…
Nós podemos viver sem um número considerável de coisas, mas não sobrevivemos sem água, comida e energia. Por esta ordem.
Mesmo que voltássemos à Idade da Pedra esta “máxima” era uma sentença!
Ora o que nos habituámos, no Ocidente, foi ao desperdício e a ver os hipermercados cheios com uma quantidade de produtos tal que precisamos de vários anos para os experimentarmos a todos… E a pensar que o abastecimento estava assegurado para todo o sempre, sem precisar de nos preocuparmos muito com o assunto.
Talvez um dia vamos ter de plantar cenouras num vaso!
O mundo rico tem resistido á evolução dos tempos através de alta tecnologia aplicada à agricultura; domínio monopolista de multinacionais de indústria alimentar e do subdesenvolvimento alheio. E com muitos subsídios. A UE tem, até, sobrevivido à cretinice da PAC – Política Agrícola Comum.
As pessoas estão agora surpresas. Não entendemos porquê.
O petróleo não pára de subir, incontinente. Os metais também, embora pouco se fale nisso. Estranha-se que os produtos alimentares, outrossim, não subissem. Quem perceba quem e como, se puxa os cordelinhos disto tudo, que explique!
Tudo se tem permitido para que as coisas fiquem piores: demografia desequilibrada sobretudo nos países mais pobres (por excesso), mas também nos mais ricos (por defeito); correntes migratórias fora de controlo; desflorestação galopante; poluição idem; agressões contumazes ao equilíbrio ecológico; desertificação a aumentar, etc.
Ainda não se conseguiu meter na cabeça das pessoas que os recursos do planeta são finitos e o respectivo ecossistema requer equilíbrios delicados.
O que se faz em Portugal para nos precavermos enquanto é tempo das consequências de tudo isto? Temos feito pouco e mal.
Relativamente à água é necessário garantir que os nossos vizinhos cumpram os tratados internacionais que regulam a gestão dos rios internacionais; construir muitas mais, pequenas e médias barragens (embora neste âmbito se tenha feito algum esforço); desassorear rios e bacias hidrográficas; combater a poluição; equacionar a necessidade de construir centrais de dessalinização; não permitir a contaminação dos níveis freáticos, etc.
No campo alimentar há que parar o criminoso abandono dos campos; a destruição das actividades piscatórias e a distribuição aleatória de subsídios. É necessário diminuir rapidamente a nossa dependência alimentar que já ultrapassa os 60%; equilibrar a balança de pagamentos; apostar na aquacultura; reflorestar ordenadamente o país inteiro; prioritizar os produtos que representem mais-valias, já que não temos hipóteses de nos tornarmos auto suficientes em tudo o que precisamos; resolver os problemas centenários da agricultura portuguesa, que são a estrutura fundiária; a falta de investimento e a baixa instrução média dos agricultores. É preciso passar a ter uma política de defesa dos interesses portugueses enquanto estivermos na UE.
Por fim é necessário reordenar o território e proibir a construção em terrenos de aptidão agrícola. Um dia destes não haverá um palmo de terra, onde plantar batatas…
Não é difícil de entender, que povo que não é capaz de se alimentar, não é um povo livre…
Finalmente, na energia, estamos longe de ter os nossos problemas resolvidos, embora não haja dificuldade no abastecimento de crude e de se estarem a tomar medidas correctas relativamente ao gás natural, depois da asneira de o ter feito entrar exclusivamente pela Andaluzia.
Temos capacidade de refinação suficiente, mas devemos resistir à tentação de ficar apenas com uma refinaria. E devemos passar a ser mais agressivos no sentido de garantir poços de exploração. E não faz sentido não se conseguir nenhuma concessão em Angola, S. Tomé, e Timor, por exemplo, depois de todos os laços criados e investimentos em cooperação e não só.
Vamos bem encaminhados no sentido de esgotar as nossas capacidades em energia hídrica, depois do flop de Foz Côa.
Temos que apostar nas energias alternativas e na investigação nesta área.
Tudo isto precisa de tempo e dinheiro e não é muito visível nas necessidades eleitorais…
Em termos comuns, temos que urgentemente educar os cidadãos em todas estas matérias; aprender a poupar; reciclar tudo o que for viável; evitar desperdícios, tratar todos os resíduos e aumentar as reservas estratégicas.
Em vez de pensarmos descuidadamente que os nossos problemas económicos e de segurança estão resolvidos por pertencermos à UE e à NATO e a outras organizações internacionais (e internacionalistas…); em vez de estarmos escorados em variáveis que não dominamos, ou são contingentes, ou até na Providência Divina, melhor faríamos em pensar pela nossa cabeça e a não contarmos tanto com os outros, mas sobretudo com nós próprios.
UM PROGRAMA SR TEN. COR. ! BOA PARTE DUM PROGRAMA PARA UM FUTURO PARA A NAÇAO. COMO HOUVE OUTROS PARA CONSTRUIR BARCOS, LANÇAR PONTES PARA NEGOCIOS...
ResponderEliminarMAS PRIMEIRO, SR TEN. COR., VAMOS PÔR FIM AOS IBERISTAS QUE GOVERNAM PORTUGAL.