O Presidente da República Brasileira, proibiu a existência de jogos de azar no Brasil, no já distante ano de 1946. Isto sem embargo, até, de ter sido acabado de construir um luxuoso casino na cidade de Petrópolis.
A situação mantém-se até hoje, e devia servir-nos de exemplo.
A situação mantém-se até hoje, e devia servir-nos de exemplo.
Durante o Estado Novo, a regulamentação sobre casinos e jogos de azar foi muito cuidadosa e algo restritiva. Existia a lotaria nacional e mais tarde foi criado o totobola que acompanhava o desporto mais popular entre os portugueses, mas os intuitos tinham sobretudo a ver com preocupações de ordem social e de assistência, para onde deveriam ser canalizada a maioria dos lucros.
Com os casinos era mais complicado, já que o jogo não era tido como uma virtude em termos de moral pública. A excepção em todo o território português foi Macau por particularidades próprias com as tradições e vizinhanças locais.
Deste modo Portugal era parco em casinos: o do Estoril, por via da concentração de personalidades e aristocracia, sobretudo a partir dos anos 30 e durante a II GM; três no Algarve, já nos anos 60, por razões relacionadas com o turismo e que tinham contrapartida a norte, com os casinos da Figueira da Foz e na Póvoa de Varzim.
Havia ainda restrições: o jogo estava proibido ao funcionalismo público, a magistrados, militares e diplomatas, e havia alguma escolha na clientela. E tudo estava muito longe da massificação actual que a divulgação das “slot machines” e a moderna tecnologia potencia.
Com o 25 de Abril, também a comporta que segurava “estas águas”, veio abaixo. De modo que, tem sido um “vê se te avias”...
Os casinos multiplicaram-se e “democratizaram-se”; criaram-se as salas de Bingo, que logo pulularam; inventou-se o totoloto com várias variedades; apareceram as raspadinhas, os lotos e agora joga-se na Internet. Isto para não falar nos “casinos” ilegais que são de sempre, antros de vício onde chefes de família se perdem e gente acaba mal os seus dias.
Com a economia a não carborar; sem se investir em mais valias que nos sustentem o futuro, antes apostando na especulação financeira e imobiliária; com a balança de pagamentos a derrapar constantemente; sem ideia séria e consequente do que queremos continuar a ser como Nação; pondo a esmagadora maioria das pessoas a viver acima das suas possibilidades com o acesso indiscriminado ao “dinheiro de plástico”; a criminosa doutrinação que sobrepõe os direitos aos deveres e a propaganda à informação séria, é natural que governantes e governados, optem por dinâmicas de “negócio” menos apropriado para sustentar, uns, os réditos públicos e os cofres partidários, a fim de se manterem no Poder; os outros para sobreviverem e manterem expectativas que lhes criaram, mas que estão longe de serem realistas ou sérias.
E assim se resvala para a corrupção.
Perante este cenário é fácil a virtude dar lugar ao vício; o negócio a qualquer preço, preferir o trabalho sério e continuado; a Verdade o Belo, o Bem, a Fé, a Caridade, a Esperança, o Patriotismo, o Respeito, o Carácter, a Integridade, etc., que são as verdadeiras molas reais com séculos de apuro, que têm feito a Humanidade progredir, deram lugar ao relativismo moral numa inominável cedência ao voto individual e ao interesse de cada um.
E para as almas que se perdem, não se pede castigo, responsabilização ou consequências: desculpabiliza-se; exige-se mais direitos e mais oportunidades. Os que têm o azar de se manter equilibrados, pagam!
Aliás, apareceram recentemente nos “media” uns filantropos a denunciar que já haveria cerca de 100.000 jogadores patológicos(!), e deveria existir apoio estatal para os doentinhos. Ora aqui está mais um belo negócio em perspectiva...
Não espanta pois que os portugueses tenham aderido em massa ao nóvel euromilhões e estejam todos à espera que lhes saia o jackpot! Temos sido o país da Europa, aliás, onde mais se joga e onde saem mais prémios …
O jogo a dinheiro, é perigoso porque pode criar habituação e esta leva ao vício. Tudo o que é vicioso deve ser combatido e contido. Porque é uma referência errada e negativa para a sociedade; porque cria chagas sociais e porque auto limita a liberdade. Um viciado (seja no que for), nunca pode afirmar que é um Homem livre.
Aproveitando a recente notícia vinda da Rússia, em que esta vai reprimir o jogo, devíamos segui-la.
Mas não, o Estado, alienou a patacos a Sociedade Estoril Sol, por ex., sobre cujos contornos se fez, de repente, silêncio. E, até, já põe o dinheiro dos contribuintes a render em “Off Shores” sem dizer nada aos cidadãos.
Um dia destes acaba a explorar bordeis.
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