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quinta-feira, 21 de junho de 2018
segunda-feira, 18 de junho de 2018
O SUÍCIDIO (LITERAL) PORTUGÛES
O SUÍCIDIO
(LITERAL) PORTUGÛES
15/6/18
“O mundo conduz-se por mentiras.
Quem quiser despertá-lo ou conduzi-lo, cuidará de
mentir delirantemente.
Fá-lo-á com tanto mais êxito, quanto a si próprio
mais mentir e se
compenetrar da verdade da mentira
que criou.”
Fernando
Pessoa
O
país começou a acordar (devagarinho) para a quebra da natalidade que afecta a
sociedade portuguesa, de um modo cada vez mais grave desde os anos 80 do século
passado.
Já
são muitos anos.
Ao
longo deste tempo todo, poucas foram as vozes que se ergueram contra este
descalabro que nos vai custar os olhos da cara. Quiçá a existência.
E
tal envolve os órgãos do Estado e as figuras políticas, comentadores e de um
modo geral todas as instituições nacionais. Incluindo a Igreja.
Andou
toda a gente distraída, gozando certamente o materialismo galopante dos
direitos versus os deveres; do relativismo moral; do compre agora e pague
depois; do primado do individualismo; da crise da família e um conjunto de
ideias muito libertárias e para a “frentex”, que concorreram ferozmente para o
actual estado de coisas.
As
poucas vozes que se ouviram, estavam apenas e maioritariamente preocupadas com
o mercantilismo da coisa; isto é, davam-se conta que a cada vez menor população
activa não consegue manter de pé a segurança social…
As
causas apontadas escondem-se sempre atrás dos recursos económicos (como se os
ricos sejam caracterizados por terem muitos filhos…) o que, a ser assim, a
Humanidade já tinha falido de gente há muito.
Podiam
ao menos assumir as verdadeiras causas do fenómeno – que se situam no facto dos
filhos terem deixado de ser a segurança social da velhice; as mulheres terem
abandonado o lar para trabalhar como os homens; o feminismo; a invenção da
pílula; a irreligiosidade galopante da sociedade; o primado do egoísmo/hedonismo;
a actual evolução da homossexualidade e correlativos, etc., mas não, ninguém é
capaz, pelos vistos, de assumir uma nesga sequer do politicamente incorrecto.
Não
quer dizer que parte do que atrás apontei seja em si um mal (a Segurança Social
foi até uma conquista fundamental – desde que se consiga manter sustentada),
mas seja o que for que aconteça na evolução da sociedade tem vantagens,
inconvenientes e, sobretudo, consequências.
Ora
não se pode (deve) fechar os olhos às consequências, já que raramente são
antecipadas ou ponderadas.
Para
isso existem até, peritos, que são uns tipos que lêem umas coisas e usam slides
a cores!...
Ora como não vai haver dinheiro
para dar às pessoas para elas terem filhos - isto claro, depois de um jovem ter
acabado um curso qualquer à força de estatística, até uma idade indeterminada;
darem subsídios para as pessoas não trabalharem; o jovem ter feito um ano
sabático a viajar pelo estrangeiro; ter carro (ou outro meio de locomoção
própria que não as pernas); ter mudado muitas vezes de parceiro, para perceber
como é que a coisa funciona; saltar duas ou três vezes de emprego, pois isso de
ter estabilidade foi chão que deu uvas e claro, só depois de as mulheres
garantirem uma carreira qualquer e tiverem o chamamento maternal, etc., etc., -
quer dizer que quanto a melhorar a curva demográfica estamos conversados.
Em síntese a razão principal (de
longe) é a de que os jovens (homens e mulheres – talvez mais estas do que
aqueles) não querem ter filhos…)
Existem estudos fiáveis que
asseguram que para se manter a renovação das gerações (em termos mínimos) e
respectiva cultura, é necessário que cada mulher (em idade fértil) tenha
2,11 filhos; 1,9 é o número mínimo de filhos que assegura a sobrevivência da
espécie e quando o número desce para 1,3 filhos por mulher, a reversão é
impossível, isto é, leva 80 a 100 anos…
A média dos últimos anos, nos
países da União Europeia, é de 1,38 e em Portugal é já há muitos anos de 1,3…[1]
O cenário é de uma hecatombe
sinistra.[2]
*****
O
pior é que há muito mais a concorrer para o suicídio de que falamos – e falamos
como uma certeza a prazo, se nada de muito diferente for encetado (ontem). E é
tudo mau.
A
primeira é a imigração. Começou na Europa (que não era comunista, obviamente)
derivado da desigualdade da distribuição de riqueza e poder entre países e por
estes terem sido “obrigados” a retirar de África e da Ásia – onde pelos vistos
não podiam estar – para serem “invadidos” pelos anteriores “colonizados” – que
pelos vistos têm todo o direito em poder estar.
Muito
por culpa dos próprios europeus que deixaram de querer exercer determinadas
profissões e trabalhos (a rapaziada aburguesou-se), esquecendo-se que não há
boas nem más profissões, mas sim bons e maus profissionais; por terem permitido
a instalação de máfias que prosperam com a imigração clandestina e finalmente
porque seitas alarves de adiantados mentais resolveram criar complexos de culpa
sobre a História dos seus próprios países.
Finalmente
inventaram o “multiculturalismo”, uma parvoeira perigosa que tende a extinguir
a matriz cultural de todos, sob a capa da tolerância e do respeito e
experiência mútua.
Viva
a amálgama!
Complementarmente
à imigração veio a emigração.
A
emigração era má quando no tempo do “Estado Novo”, mas passou a ser “boa”, “normal”
e consequente, após tal negregado período, em que se deu o melhor e maior
exemplo de integração de culturas, raças, etnias, seguindo uma matriz lusíada.
Mas, claro, era preciso acabar com uma Nação única no mundo…
A
emigração é uma sangria enorme, que na actualidade não apresenta qualquer
vantagem para o país. Mas até houve um governo que a incentivou…
Outro
aspecto terrível é a lei da nacionalidade.
Esta
lei é facilitista, inapropriada a todos os níveis e tem permitido que o Estado
oculte e minta descaradamente à população, sobre uma série de factos.
Ora
nós não devemos facilitar a outorga da nacionalidade portuguesa. Ser português
deve ser um privilégio raro e ser concedido a quem merece não a quem aparece.
E
devia ter regras estritas, como por exemplo a obrigatoriedade de cumprimento do
serviço militar ou cívico de igual penosidade, nunca por menos de três anos.
E
a antiga tradição portuguesa de preferir o “Jus Solis” ao “Jus Sanguini” deve
ser alterada, pois as condições actuais são muito diferentes daquelas que
vigoraram até 1974.
Entre 2008 e 2016 (oito anos)
obtiveram a nacionalidade portuguesa mais de 225 mil estrangeiros, ou seja mais
de 20mil/ano. A actual lei é ainda mais permissiva.[3]
Ora
isto, nomeadamente, pelo modo “escondido” como tem sido feito, serve para
aldrabar as estatísticas, logo o cidadão comum.
Ou
seja, os meios de outorga da nacionalidade, diminuem artificialmente o número
de imigrantes e o “inverno demográfico”.
Por
outro lado levantam um outro problema que é o da capacidade de absorção de tanta
gente e de os transformar em “portugueses”, ou seja na capacidade de
preservação da nossa matriz cultural e modo de ser.
Até
se inventam leis estranhas, como sejam o de outorgar a nacionalidade a quem
conseguir provar a sua descendência de judeus expulsos de Portugal desde 1496…
Esta lei entrou em vigor em
1/3/2015 e até finais de 2017 já tinham obtido a nacionalidade mais de mil
alegados descendentes dos antigos sefarditas.[4]
Quando
os “mouros” souberem disto, logo começarão também a querer ser abrangidos…
Mas a escabrosidade maior foi a
leis dos “vistos dourados” que representa uma autêntica prostituição da
nacionalidade…
E
o argumento de que se não o fizermos eles vão para outro lado, só nos merece um
desejo de boa viagem!
A
cereja em cima do bolo aconteceu de repente com a chamada crise dos migrantes –
e resta saber verdadeiramente quem a promove, alimenta e incentiva.
O
problema é sobretudo geopolítico, o qual se sobrepõe ao Humanitário, no sentido
em que se não se atender ao primeiro, a questão só se irá agravar, resultando
mal para todos.
As
autoridades em Portugal não estão a querer ver bem o filme e só dizem
disparates, não nos princípios, mas nas consequências. E de boas intenções está
o inferno cheio. E por detrás da maioria das atitudes – estamos em crer – está
uma de chico espertismo, que é dizerem que “eles”, os migrantes, não querem
ficar em Portugal, mas transitam para outros países, ficando ao mesmo tempo bem
na fotografia.
Isto
é uma ilusão, que o tempo desfará rapidamente, por motivos vários e que a
situação na UE irá agravar, pois a maioria dos países irá fechar as suas
fronteiras a este descalabro, e os totós de serviço passaremos a ser nós. Esta
última decisão da Itália e de Espanha irá precipitar as coisas, por certo.
Consta
até que existe já um plano em Bruxelas para enviar para Portugal cerca de cinco
milhões de migrantes; que diabo, dois terços do país não está já despovoado?
E enquanto não for anunciado em
termos de ser levado a sério, que as fronteiras estão fechadas para todo o tipo
de migrantes e imigração clandestina, não se poderá suster esta hecatombe, que
irá provocar mini guerras civis por todo o lado.
Outro
fenómeno, porém, se junta a todos os apontados: é que parte da população dos
países europeus, nomeadamente, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Alemanha,
Escandinávia, etc., estão fartinhos de aturar o que se passa nos seus países e
da insegurança que tem aumentado exponencialmente (já nem falo dos brasileiros)
e estão-se a mudar rapidamente para cá.
E
tudo isto está a ser exponenciado pelo “boom” turístico.
Ele
há presentes envenenados…
Se
juntarmos a tudo isto a venda despudorada de todo o património nacional,
incluindo o terreno, para o que não existe qualquer ressalvo legislativo,
iremos a breve prazo ser uma minoria na nossa própria terra, e seremos
despojados dela.
Mas
como a bebedeira é colectiva quando acordarmos da mesma, vai ser tarde.
Haja
saúde!
João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador
[1]
A taxa bruta de natalidade, ou seja o número de bebés que nascem por 1000
residentes, caíu em Portugal de 24,1, em 1960, para 8,4, em 2017. Por sua vez a
taxa de fecundidade geral, isto é, o número de filhos por cada 1000 mulheres em
idade fértil, caíu de 95,7, em 1961, para 37,2, em 2017. (dados da “PORDATA”. E
deve acrescentar-se que grande parte das crianças nascidas nos últimos 20 anos
são de residentes não portugueses.
[2]
Entretanto a média de filhos de uma família muçulmana imigrada na Europa é de
8…
[3]
Jornal “Público” de 15/12/2017.
[4]
“Observador”, de 10/11/2017.
sábado, 2 de junho de 2018
10 JUNHO 2018 OLIVENÇA
SIGNIFICADO DE COMEMORAR O 10 DE JUNHO EM OLIVENÇA
2/6/2018
À semelhança dos
dois últimos anos a Associação Além – Guadiana (AAG) (nascida por iniciativa de
um grupo de pessoas nadas e criadas em Olivença, em 2008) – terra portuguesa
sob administração espanhola (se assim se pode dizer), desde 1801, após o
Tratado de Badajoz que culminou a breve “Guerra das Laranjas”, ocorrida naquele
ano – vai levar a cabo uma cerimónia comemorativa do “Dia de Portugal” no
próximo dia 10 de Junho.[1]
A esta organização
tem-se associado um grupo de personalidades portuguesas “capitaneadas” pelo
antigo Deputado Ribeiro e Castro, o qual se interessou pela causa Oliventina
depois de ter recebido em audiência por diversas vezes, membros da direcção da
patriótica agremiação dos “Amigos de Olivença”, quando fazia parte da Comissão
dos Negócios Estrangeiros, da Assembleia da República.[2]
Entre muitas e
louváveis iniciativas de âmbito cultural e social que a AAG tem levado a cabo
nos últimos anos, destaca-se
[1]
O tratado de Badajoz foi celebrado a 6 de Junho de 1801 entre Portugal (sob
coação) e a Espanha e a França (coligadas). Foi ractificado por Portugal em
14/6 e pela Espanha a 21 do mesmo mês; a França nunca o ractificou. A Espanha
ficava com Olivença e o seu termo, a titulo de “conquista de guerra”. Este
tratado veio a perder validade desde 1807 e definitivamente, desde o acordado
no Congresso de Viena de 1815.
[2]
A associação “Amigos de Olivença” foi fundada em 15 de Agosto de 1938 e luta
desde então, pela retrocessão de Olivença e seu termo (430 km2), à soberania
portuguesa, como é de Direito.