quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

NASSER

O que se terá passado de então para cá?
 
Nasser le président rigole très franchement avec l’assemblée, d'une demande des Frères musulmans de rendre le port du voile obligatoire...
 
Nous sommes en Egypte et en 1953, plus de 60 ans plus tard ce discours semble tout simplement inimaginable, même dans un pays occidental...
 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

XXII ENCONTRO NACIONAL DE HOMENAGEM AOS COMBATENTES

Em marcha a organização do XXII Encontro Nacional de Homenagem aos Combatentes

A Comissão Executiva para a Homenagem Nacional aos Combatentes 2015, presidida pelo Tenente General Leonel Silva Carvalho, reúne na terça-feira, dia 24 de Fevereiro, a partir das 11 horas, na Bataria da Laje, sede da delegação da Associação de Comandos de Oeiras.

Nesta reunião, onde estarão presentes quase todas as Associações de Combatentes e de Militares, prosseguirão os trabalhos de organização das cerimónias que terão lugar em Belém, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, no próximo dia 10 de Junho, Dia de Portugal.

Este ano, um dos motivos de interesse das cerimónias será a homenagem às Enfermeiras Pára-quedistas, cuja acção no apoio aos soldados do Ultramar Português ainda não foi devidamente reconhecida.

Tenente Coronel Morais Pequeno
Secretário da Comissão
 
 
 
Para mais informações contactar:
Secretário da Comissão Executiva
Tenente Coronel Morais Pequeno | Tlm. 937 026 693 |

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

CONFERÊNCIA NA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA

O Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa tem a honra de convidar V. Ex. a e sua Exa. Família a assistirem à Conferência promovida pela Secção de História e subordinada ao tema:

“Consideração sobre a participação de Portugal na I Guerra Mundial”
 
Será orador o Sr. TCor. João Brandão Ferreira.
 
A Sessão realiza-se no Auditório Adriano Moreira, no dia 23 de Fevereiro de 2015, pelas 17h30.

Sociedade de Geografia de Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 100
1150-269 Lisboa - Portugal
213425401 - 213464552

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

OS AMERICANOS E A BASE DAS LAJES

A operação das forças militares americanas na Base Aérea das Lajes há muito que merecia um livro.
Muito resumidamente foi assim:
A apetência dos EUA pelos Açores (e Cabo Verde) recua à Guerra Hispano-Americana, de 1898, que marca o início do imperialismo “yankee” fora do Continente Americano, o que nunca mais parou até hoje.
Prolongou-se na I Guerra Mundial, com a ameaça submarina alemã e a visita do futuro presidente Roosevelt (na altura Subsecretário de Estado da Marinha), em 1918, e firmou-se na II Guerra Mundial, por causa da ameaça naval alemã – podia ter sido aero - naval caso a Alemanha tivesse intentado e conseguido ocupar aquele arquipélago e também o da Madeira.
Mas quem, de facto, pensou ocupar os Açores – considerados como uma fronteira avançada de defesa da América – foram os próprios americanos, que chegaram a preparar uma invasão e ocupação do território, em Jul/Ago de 1941 (Operação “Life Buey”, comandada pelo Brig. Gen. Holland Smith).
Acontece que o Governo Português da altura – estrénuo defensor dos interesses portugueses – tinha reforçado o Açores com 25.000 homens e alguns meios aéreos e navais, dispondo-se a garantir a neutralidade proclamada, mesmo com o uso da força.
Os americanos fizeram um cálculo do risco e das baixas e hesitaram.
Mais experientes do que os seus amigos do outro lado do Atlântico, a diplomacia inglesa, valendo-se do especial relacionamento que tem connosco, desde 1373, veio tentar acalmar os ânimos e negociar uma solução adequada, até porque o governo português, num gesto habilíssimo, ameaçou invocar a velha Aliança em caso de ataque americano…
Destas negociações que foram duras e demoradas resultou a ida dos ingleses para as Lajes e, mais tarde, a dos americanos para S. Maria, com a condição de no fim da guerra saírem, deixarem-nos todas as instalações, garantirem a soberania portuguesa em todos os territórios ultramarinos e, ainda, a garantia que Timor Leste – ocupado pelos japoneses - voltaria para Portugal e que forças portuguesas participariam na libertação do território.
Tudo foi cumprido.
Em 1948 (ano anterior ao estabelecimento da OTAN) os EUA solicitaram facilidades de operação na Base Aérea 4 nas Lajes, o que foi concedido, até hoje.
A Base das Lajes pertence à Força Aérea Portuguesa.
Deste modo estabeleceu-se um destacamento da Marinha dos EUA – que operavam os aviões – outro da USAF – que operavam os meios de apoio terrestre – e do Exército Americano - que operavam as lanchas e equipamento portuário…
E como o governo de Lisboa, da altura, não brincava em serviço e não deixava que estrangeiros nos ditassem leis, logo acordou com Washington, um conjunto de condições que, além de não comprometerem minimamente a soberania nacional, tornavam os EUA completamente devedores de Portugal, pois não pagavam um dólar por lá estarem.
Tal facto devia-se a que a lógica política de então defendia, por ex., que nenhum pedaço de território nacional podia ser alugado…
Foi criado um Comando Aéreo Português, cujo comandante seria sempre mais antigo que o oficial americano mais graduado e, até, a bandeira americana não estava autorizada (creio que ainda não está) a tocar o solo Pátrio, ficando simbolicamente, assente num bloco de pedra para o efeito concebido.
Marcello Caetano que sucedeu a Salazar na chefia do governo, mudou a postura portuguesa para com os EUA, relativamente às Lajes, negociando contrapartidas materiais pela presença americana, o que se podia consubstanciar em ajuda económica directa ao Arquipélago, melhoria das condições dos trabalhadores portugueses e, sobretudo, em armamento e equipamento militar, de que as Forças Armadas Portuguesas estavam muito carenciadas devido aos conflitos ultramarinos iniciados em 1961.
Esta nova política acabou por não dar grandes frutos, sofrendo Portugal uma espécie de “ultimato” encapotado, relativamente ao uso indiscriminado da base, no socorro que Washington prestou a Israel na Guerra do Yom Kipur, em 1973.
A importância dos Açores nunca diminuiu para os EUA durante toda a “Guerra Fria”, por causa do eventual reforço rápido da Europa, da ameaça submarina soviética, além de ser ponto de apoio importante para aviões em rota para o Médio Oriente.
Com a queda do “Muro de Berlim”, em 1989, e a evolução geopolítica daí decorrente; a melhoria dos armamentos e, ultimamente, a mudança de prioridades de Washington para o Pacífico, a importância conjuntural da Base das Lajes perdeu valor relativo para os americanos.
Daí a natural mudança do seu dispositivo.
Por isso é lógico que queiram reduzir a sua presença nas Lajes (em 485 pessoas) mas, estamos em crer, jamais a Secretaria de Estado da Defesa dos EUA, quererá sair de lá de vez…
É claro que esta redução vai constituir um duro golpe na economia da Ilha Terceira e levar ao desemprego estimado de 500 trabalhadores portugueses, cujo vínculo se procurava articular com as leis de trabalho nacionais.
Mas temos que perceber que os americanos não estão lá pelos nossos lindos olhos e tratam de defender os seus interesses e não os alheios.
Os Açores já tinham sofrido um duro golpe aquando da saída dos franceses da base de rastreio de misseis, que montaram na Ilha das Flores, em 1993, sem que tivesse ocorrido o alarido de agora.[1]
Pacífica e gradual foi, também, a saída dos alemães da base de Beja, em 1993.[2]
Por tudo isto não se entende o actual “histerismo” de políticos e sobretudo do Governo Regional dos Açores, à volta deste assunto, revelando uma grande falta de sentido de Estado e em nada contribuindo para um bom desfecho do que está em curso e para as futuras relações com os EUA.
A ameaça velada e pública, sobre a possibilidade da China (ou outros) poder vir a operar no Arquipélago é, a todos os títulos, deplorável.
Há coisas que se tratam na circunspecção das chancelarias e não no ruído e demagogia da rua.
Um contrato é um vínculo de interesses comuns, entre duas ou mais partes. Se uma das partes se quiser desvincular, só tem que o fazer negociando tal desiderato em função do que estiver vertido no acordo.
Além do mais este é um assunto de Defesa e Segurança Nacionais, tratado estado a estado e, por isso, o Governo Regional, deve-se remeter apenas para as suas funções constitucionais.[3]
Nós podemos, eventualmente, gostar mais ou menos da presença americana nas Lages, mas a decisão da sua diminuição ultrapassa-nos. A não ser que fossemos nós a querer impor essa redução.
Pode (e eventualmente deve) Lisboa mostrar as suas preocupações; oferecer a sua hospitalidade; apresentar outras propostas de relacionamento bilateral, etc., mas não pode exigir nada relativamente à presença americana na Base, a não ser o que está estritamente acordado para o efeito, e ficar com as decisões ora tomadas, em carteira.
A algaraviada de exigências propaladas pelos “média” não passam de ruído ineficaz, apenas explicáveis pela eterna luta partidária.
Temos que estar atentos ao comportamento do FMI e do Banco Mundial, onde os EUA pontificam, cuidar da nossa comunidade emigrante naquele país e ter que ter especial cuidado com a atitude que os americanos irão assumir, na ONU, face à proposta de alargamento da Plataforma Continental, apresentada por Portugal.
E, curiosamente, não vemos ninguém preocupado com a exiguidade (sempre a diminuir…), de meios militares portugueses no (s) Arquipélago (s) e na necessidade urgente de inverter a situação.
Requerem-se bom senso e clarividência política e estratégica.
Uma coisa – além do “saber”- anda, aliás, ligada à outra.
 


[1] O anúncio da constituição da Base foi feito pelo MNE Franco Nogueira, em 1964, tendo o acordo sido assinado, em 7 de Abril daquele ano, e as suas instalações inauguradas em outubro de 1966.
[2] O acordo para a utilização da Base de Beja (construída de raiz), ocorreu em Dezembro de 1960, mas o primeiro contingente de militares alemães só chegou em 8/8/1966.
[3] A existência de Ministros da República; Assembleias Regionais e Governos Regionais, não encontra qualquer razão de existência, a não ser como mitigação para as loucuras do “PREC”e, sobretudo, na quantidade de tachos políticos que proporciona – uma despesa enorme sem praticamente qualquer retorno útil. Uma realidade muito difícil de modificar no futuro…
Não contentes com isto, forças políticas, voltaram recentemente a defender a necessidade de “Regionalização”, ideia absolutamente idiota, bacoca e de lesa-Pátria!